Castelos Já Não Se Fazem Mais

Jose Kappel

Canso de esperas,

um censo  particular

de solidão;

canso de abrir porteiras,

de fazer do mesmo dia,

o mesmo dia.

 

Canso de esperas,

canso do caos,

da faina, do início

e do fim.

 

Empertigado de comedidas

esperanças, todos os dias,

ao bater do primeiro sol,

espero,

espero...o que vêm do além,

do que nada chega e nada vêm!

E me aprontam ventos arredios!

 

Sou um cone frustado!

Um pararelo de três pontas,

mãos vazias e atadas.

 

E nada mais muda,

os castelos já não

são tão puros;

ontem, eram os amantes que

bocejavam em camas de

de crina;

 

E se abatem os coxins!

 

Hoje, os sonhos

morreram pelos quartos,

e todas as rainhas

se foram

se guardar

nos espelhos do céu.

 

Hoje se torna ontem,

ontem vira amanhã,

e os dias se confudem

em idas e voltas.

 

Tudo à procura daquela

flor

que deixei viva

no pórtico mais alto

da torre,

que de hoje só resta

uma névoa bruma a

revestí-la, de quebras,

de ânsias

e saudades.

 

 

Ah! castelos, como

antigamente,

não

fazem mais !

Rainhas iguais às de ontem

já estão morrendo lentamente !

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de setembro de 2023 10:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6


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