Canso de esperas,
um censo particular
de solidão;
canso de abrir porteiras,
de fazer do mesmo dia,
o mesmo dia.
Canso de esperas,
canso do caos,
da faina, do início
e do fim.
Empertigado de comedidas
esperanças, todos os dias,
ao bater do primeiro sol,
espero,
espero...o que vêm do além,
do que nada chega e nada vêm!
E me aprontam ventos arredios!
Sou um cone frustado!
Um pararelo de três pontas,
mãos vazias e atadas.
E nada mais muda,
os castelos já não
são tão puros;
ontem, eram os amantes que
bocejavam em camas de
de crina;
E se abatem os coxins!
Hoje, os sonhos
morreram pelos quartos,
e todas as rainhas
se foram
se guardar
nos espelhos do céu.
Hoje se torna ontem,
ontem vira amanhã,
e os dias se confudem
em idas e voltas.
Tudo à procura daquela
flor
que deixei viva
no pórtico mais alto
da torre,
que de hoje só resta
uma névoa bruma a
revestí-la, de quebras,
de ânsias
e saudades.
Ah! castelos, como
antigamente,
não
fazem mais !
Rainhas iguais às de ontem
já estão morrendo lentamente !