Meu olhar distante fatigante retina
É na outra esquina da rua do centro
Fitos lânguidos perdidos no tempo
Cílios úmidos lágrimas emocionais
Olhar de soslaios sozinha você vai
Esvoaçantes ao vento seus cabelos
Há um tiritar nas curvas de modelo
Pulsando teus átrios segue pro cais
Você é como néctar dos girassóis
Um albatroz em voos migratórios
Que nos oceanos faz seu território
Onde acaba a terra o mar principia
Há de ter tempo pra eu algum dia
Já que é poesia dos meus encantos
É meu contraste de risos e prantos
Naquelas dunas da Ilha da Magia
O seu amor passa tal qual o vento
Só em pensamento eu tenho você
Razão sem razão esse meu querer
Talvez sombrear da minha retina
Fatigada de fitos naquela esquina
Quase tudo segredado aos ventos
Foi traçado pelas mãos do tempo
Naquele incerto amor de menina
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de agosto de 2023 00:24
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Amor de Menina”, lendo uma pequena frase de Marilyn Monroe: “Debaixo da maquiagem e por trás do meu sorriso, eu sou apenas uma menina que deseja o mundo”. Além de alguns escritos de Shakespeare, de que “as viagens terminam com o encontro dos apaixonados”, ele também disse “que o amor é cego”. Embebido nesses pensamentos escritos, imaginei-me metaforicamente, estar apaixonado perdidamente pelo “amor de uma menina”. E poeticamente, embora percebendo esse amor fugidio, buscava a todo instante estar perto dela. É claro, eu pessoalmente nunca experimentei nada parecido, mas estou convencido de que Shakespeare tinha razão. Pois, admira-me constantemente o poder dessa menina em alterar e definir nossas vidas. Isso também assegura ser verdadeiro o pensamento de Shakespeare, de “que o amor é cego”. Para algumas pessoas, de forma inexplicável o amor se apaga, para outras, o amor singelamente se vai. Porém, para o “eu lírico” da nossa poesia, o amor persiste em existir, mesmo que de longe, do que sem dúvidas é uma classe de amor cruel. Boa leitura da nossa poesia, não esqueça o amor pode ser cego.
- Categoria: Amor
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