Arlindo Nogueira

AMOR DE MENINA

Meu olhar distante fatigante retina

É na outra esquina da rua do centro

Fitos lânguidos perdidos no tempo

Cílios úmidos lágrimas emocionais

Olhar de soslaios sozinha você vai

Esvoaçantes ao vento seus cabelos

Há um tiritar nas curvas de modelo

Pulsando teus átrios segue pro cais

 

Você é como néctar dos girassóis

Um albatroz em voos migratórios 

Que nos oceanos faz seu território

Onde acaba a terra o mar principia

Há de ter tempo pra eu algum dia

Já que é poesia dos meus encantos

É meu contraste de risos e prantos

Naquelas dunas da Ilha da Magia

 

O seu amor passa tal qual o vento

Só em pensamento eu tenho você

Razão sem razão esse meu querer

Talvez sombrear da minha retina

Fatigada de fitos naquela esquina

Quase tudo segredado aos ventos

Foi traçado pelas mãos do tempo

Naquele incerto amor de menina