Quente por dentro e duro por fora
uma parte se racha e se quebra.
Dando passagem a quem dentro estava.
Nasce uma lagarta.
Desamparada e angustiada ela anda,
uma fome e vazio estão dentre as víceras de seu ser.
Ela come, se forma, transforma e come mais rápido.
O vazio continua mas já é costume ter.
Ela não para de comer, não consegue.
Leva isso tal qual fosse seu propósito vital.
Ela quer preenche-lo e ser preechida.
Mesmo no fundo, sabendo que o vazio
não se enchia.
Cansada ela para
de certo modo desiste de tentar preenche-lo.
E passa a aceita-lo,
como um bom companheiro
Ela o abraça e ele a abraça,
E assim partem para uma nova vida.
- Autor: Julius César (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 26 de junho de 2020 22:41
- Comentário do autor sobre o poema: Estava guardado no fundo do baú esse aqui, super armador e nada culto. Ainda assim tenho um grande afeto por ele, é um marco no processo de como lidar com as próprias emoções ambíguas, que só se equilibram quando as aceitamos.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
Comentários1
Cara... bora continuar garimpando neste baú, deve aparecer muito mais jóias...
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