Quente por dentro e duro por fora
uma parte se racha e se quebra.
Dando passagem a quem dentro estava.
Nasce uma lagarta.
Desamparada e angustiada ela anda,
uma fome e vazio estão dentre as víceras de seu ser.
Ela come, se forma, transforma e come mais rápido.
O vazio continua mas já é costume ter.
Ela não para de comer, não consegue.
Leva isso tal qual fosse seu propósito vital.
Ela quer preenche-lo e ser preechida.
Mesmo no fundo, sabendo que o vazio
não se enchia.
Cansada ela para
de certo modo desiste de tentar preenche-lo.
E passa a aceita-lo,
como um bom companheiro
Ela o abraça e ele a abraça,
E assim partem para uma nova vida.