DUREZA E UTOPIA
Creio que não sei
o que é poesia.
Nem mesmo sei
o que se diz com ela
O que se faz com ela
O que se tira dela
E o que se coloca nela.
Se se sente dor
Ela é agonia
Se não tem amor
É apatia
Se é amor
É utopia.
Não sei mesmo
o que é poesia...
Se é uma música da vida
Ou se é choro sem esperança.
Às vezes penso
Que é alma enternecida
Outras vezes penso
que é dureza da vida
Ou que vida endurecida.
Penso também
Que ela é tudo
Mas logo me vem algo
dizendo que ela é nada.
Que pode ser
um querer profundo
Mas também pode ser a tristeza de uma alma abandonada.
Não entendo mesmo o que ela é
Nem sei mesmo
o que ela quer dizer
Pode dizer uma coisa qualquer
Mas pode dizer muito do querer.
Parece muito com semente lançada na terra
E que o broto pode
vicejar em abundância.
Mas pode ser
que ali nada seja constância
essa semente nada encerra.
Pode ser espinho
que ao furar causa-se dor
Porém ninguém nunca viu
o espinho machucar a flor.
Eu não entendo
nada mesmo de poesia
Porque nela está
a dúbia sensação
Do escuro e da claridade.
E não penetro em sua intenção
Pois ela tem o corpo da mentira
E a cara da verdade.
E assim vai existindo
entre a dureza e a utopia
Ora é noite ora é dia.
Se faz sonho
Mas também se faz realidade.
- Autor: Carlos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 7 de agosto de 2023 22:34
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 1
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