Eis-me aqui, sem nenhuma distinção dos outros.
Mais um entre os vivos, de coração quente e mente pensante,
Ao menos as vezes, quando não me perco em pensamentos distantes,
Aos passos rápidos, atravessando avenidas, o pensamento solto
Eis-me aqui, ser humano mesquinho, carente e revoltoso.
Conheço meus defeitos melhor do que qualquer outro.
Como reconheceria sem o estimulo para tal?
É por isso que me perdoo, ser falho é o que nos torna normal.
Eis-me aqui, as vezes forte e esplendoroso,
De tal que, em pedra, almejo morros.
O escândalo de minha alma se torna fogo,
E do mesmo calor eu forjo o amanhecer.
Eis-me aqui, de novo e arcaico.
Sinto que sou sopro antigo de terra,
Desenhado pela água, fixado pelo fogo,
Mutável em recorrente ciclo novo.
Somos todos, além do tempo, a carne da era
Eis-me aqui, apenas pra sentir e ser sentido.
Não de conflito, mas de profunda causa e consequência,
Da sagrada existência na qual transpiro, envolvo e persigo,
Os pedaços de alma espalhados em carne,
Me formando no final do meu ciclo.
Eis-me aqui, finalmente, quando me encontro e deixo de estar.
- Autor: Desencarno ( Offline)
- Publicado: 7 de agosto de 2023 13:37
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
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