Coisas da alma,
sobretudo dos espíritos,
meia-água de perdão,
que invade agora
nossa solidão.
Estar junto já
vale pouca coisa;
é como beber
um vinho doce
e, no fim, se perder
no aguardente.
Não foi por mal,
nem por vaidade,
foi a engrenagem da vida:
uma hora pra frente,
outra pra trás;
sem maldade, pois,
apenas ela
tinha piedade.
E chega a hora
do igual.
A gente vê as coisas
cairem lentas,
como um dia sombrero que
se esvai,
como as pétalas amaciadas
das figueiras se deixam
e se partem ao vento.
A gente vê isso o dia
inteiro, é certo,
mas quando a gente
se vê dentro de
uma história de amor,
é outro capítulo
pra ver de frente,
é quando surgem
do inesperado
ramos de lágrimas
e dor.
Ai dói mais.
É uma lança de
duas pontas,
tão arfada como um raio
de sol.
Então no seu interior
você resolve a se morrer.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 3 de agosto de 2023 08:55
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários2
..."Não foi por mal,
nem por vaidade,
foi a engrenagem da vida:
uma hora pra frente,"...
Um poema lindo!
Excelente dia amigo poeta!
Muito bonito!
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