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Eu, você, sofá
Silêncio, frio e mãos a se tocar
Ah, o que eu faço agora?
Te dou um beijo ou finjo que desmaiei?
Eu digo: "Ai, que demora!"
Ou eu te agarro de uma vez?
Não sei nem como agir
Se te dou minha mão gelada de defunto
Ou se te chamo de saco sem fundo
Porque você comeu as bala,
As pipoca, as paçoca
E só deu pra salvar o presunto
Ou se então sou super sincero
E digo que seu cabelo está radiante
Como uma vassoura eletrocutada
Ou se, com isso, eu ainda espero
Que você se sinta muito amada
Eu só sei que é tanto amor
Que já fugiu do ser humano
E foi ser anjo viajar
Porque eu acho mais fácil
Resolver o cubo mágico
Com os olhos vendados
Do que te namorar
E então eu digo a coisa
Mais romântica do mundo:
"Quero vomitar meu coração
Na sua boca"
E você vai na onda da loucura:
"Que fofo, isso daria
Uma bela canção"
E então eu te beijo
Com um olho aberto
O outro fechado
Só pra não esquecer
Do que me cura
Todos os machucados
Mocinha dessa história,
Abra a porta
Mesmo que nossas linhas sejam tortas
Um dia, nossa poesia
Se escreverá
Mesmo que tiver de vencer mil segredos
Quem pode botar medo
Em quem amar?
- Autor: Rafael Marinho ( Offline)
- Publicado: 26 de junho de 2020 13:02
- Categoria: Amor
- Visualizações: 24
Comentários2
Ah, que belo e bem humorado poema! Gostei demais.
Obrigado!
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