AMOR

Lia Graccho Dutra

Ah! sim eu quero rever-te a medo

Terno segredo — que em minh’alma habita;

Mas, vês? Eu tremo… teu sorriso anima:

Vê, se o que digo, o teu dizer imita…

Um ai poderá traduzir — n’um ai

Tudo o que pedes que eu te diga agora;

Mas tu não queres!..teu querer respeito.

Eia…coragem! Dir-te-ei n’uma hora.

Oh! não te esqueças meu rubor,

meu pejo,

Vê que eu vacilo…que eu perdi a cor;

Embora…escuta! Tu me amas? —dize

Eu te confesso que te voto amor …

( Maria Firmina dos Reis)

 

  • Autor: Lia Graccho Dutra (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de julho de 2023 11:08
  • Comentário do autor sobre o poema: Maria Firmina dos Reis *11/03/1822/+11/11/1917. É considerada a primeira romancista negra do Brasil. Seu livro mais conhecido é “ Úrsula”.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 51
  • Usuários favoritos deste poema: Vilmar Donizetti Pereira, Antonio Luiz, DAN GUSTAVO
Comentários +

Comentários5

  • Vilmar Donizetti Pereira

    Boa tarde, poetisa Lia: parabéns pela sua publicação dessa bela poesia, dessa romancista: Maria Firmina dos Reis, que eu, sinceramente, ainda não tinha lido nada dela! Tenha uma ótima e abençoada semana! Um abraço carinhoso.

    • Lia Graccho Dutra

      Infelizmente,
      a Maria
      Firmina dos Reis
      ainda é pouco
      conhecida
      pelos brasileiros.
      Mas ela é uma
      personagem
      importante
      na literatura
      e na história
      do nosso país.
      Escreveu
      várias obras:
      Úrsula que
      é um
      romance
      abolicionista,
      sendo
      considerado
      o primeiro
      livro publicado
      por uma mulher,
      em 1859.
      Esse romance
      foi publicado
      antes de
      “ O Navio
      Negreiro”
      de Castro Alves
      cuja publicação
      ocorreu em
      1880.
      Escreveu
      também o
      romance
      “Cupeva”,
      o Conto
      “ A Escrava”,
      Cantos a beira-mar,
      e outros.

      Gratidão,
      querido Vilmar
      pelo interesse
      e interação.
      Carinhoso abraço,
      Lia


    • Mariany A.N Dutra

      Que linda... Bela poesia de amor! Que honra poder conhecer a primeira Romancista Negra do Brasil... (Maria Firmina dos Reis) Eu não a conhecia! Grata querida Lia por nos apresentar essas riquezas! S2

      Ainda tenho muito o que aprender...
      Adentrei a pouco tempo nesse mundo das poesias e tem um vasto histórico de grandes poetas e poetisas que estou tendo a honra de conhecer por meio de suas publicações!

      Parabéns e gratidão por compartilhar conosco Lia! Estás a fazer um "catálogo expositivo" contendo grandes poetas! Muito boa ideia! S2 adorei!

      • Lia Graccho Dutra

        Bom dia, Mary:

        Gratidão pela
        interação!
        Fico feliz
        que tenha
        gostado
        deste post.
        Apesar de não
        ser ainda conhecida
        pelo povo brasileiro.
        A Maria Firmina
        dos Reis é
        uma figura
        feminina
        importante
        para história
        e literatura.
        Ela foi a primeira
        poeta maranhense
        e primeira
        romancista
        brasileira.
        Também foi
        uma grande
        ativista
        social:
        lutou
        pela
        causa
        abolicionista
        e igualdade
        de gênero.
        Vou adicionar
        mais informações
        a respeito
        dela no
        comentário
        sobre o
        poema.

        Carinhoso abraço,
        Lia



        • Mariany A.N Dutra

          Verdade viu! Toda informação será bem-vinda!
          Compartilhar saberes é um dos gestos mais ricos que existem! S2

          Abraço, com carinho!
          Mary!

        • Antonio Luiz

          Querida poeta Lia,

          Que bom quando alguém mergulha em nosso imenso mar das coisas menos lembradas e traz de lá essas preciosidades. Parabéns pela tua escolha.

          Um abraço!

          • Antonio Luiz

            Em tempo, vou colar aqui um trecho do prólogo de Úrsula, que é encantador:

            "[...] Não é a vaidade de adquirir nome que me cega, nem o amor próprio de autor. Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e que corrigem, com uma instrução misérrima, apenas conhecendo a língua de seus pais, e pouco lida, o seu cabedal intelectual é quase nulo.
            Então por que o publicas?, perguntará o leitor.
            Como uma tentativa, e mais ainda, por este amor materno, que não tem limites, que tudo desculpa — os defeitos, os achaques, as deformidades do filho — e gosta de enfeitá-lo e aparecer com ele em toda a parte, mostrá-lo a todos os conhecidos e vê-lo mimado e acariciado. [...]"

            • Lia Graccho Dutra

              Bom dia,
              poeta Antonio:

              É muito gratificante
              compartilhar
              saberes.
              Sempre falo
              que conhecimento
              guardado
              não é útil
              para ninguém.
              Só serve
              para pseudo
              vaidade
              de quem
              detém.
              Gratidão pela
              interação!

              Carinhoso abraço,
              Lia

              • Lia Graccho Dutra

                Muito obrigada por agregar
                a este post um trecho
                do romance abolicionista
                “ Úrsula “, escrito
                por Maria Firmina
                dos Reis em 1859,
                cuja publicação
                antecede
                “ O Navio Negreiro”,
                de Castro Alves,
                (1880).

                Forte abraço,
                Lia

              • Sergio Neves

                SERGIO NEVES - ...eu gosto muito desse estilo de poesia...,...à primeira vista até parece (a mim) um tanto quanto simples, mas, tem, verdadeiramente, uma profundidade admirável...,...é do tipo de poema que me causa uma sentida emoção mais ao término da leitura...,...enquanto o verso a verso me transmite até uma certa "simploriedade", o seu todo é de uma grandiosidade que a mim comove...,...revela o que é -e como é, a verdadeira alma de um poeta...,...singela, simples, ou até mesmo simplória na forma, mas, de uma fantasticidade no conteúdo que -a mim- comove muito... // ...parabéns a ti pela publicação...,...Lia Graccho também é cultura! /// Meu carinho.

                • Lia Graccho Dutra

                  Boa tarde,
                  poeta Sergio:

                  Gratidão pela
                  atenção,
                  carinho
                  e sábio
                  comentário!
                  Vamos
                  com
                  humildade
                  plantado
                  algumas
                  sementinhas.

                  Carinhoso abraço,
                  Lia

                  • Sergio Neves

                    SERGIO NEVES - ...Dona Lia, quem tem que agradecer sou eu...,...ler-te é verdadeiramente um prazer...,...um enlevo para a mente e para a alma! /// Carinhos a ti.

                  • Maria dorta

                    É louvável teu resgate dessas pérolas pouco mostradas,quase nunca reconhecidas mas que mostram a riqueza das almas esquecidas. Belo resgate poetico Lia! Aplausos!

                    • Lia Graccho Dutra

                      Boa tarde,
                      poeta Maria Dorta:

                      Concordo contigo,
                      poeta amiga.
                      Muitos poetas
                      e escritores
                      brasileiros
                      que marcaram
                      a história
                      estão esquecidos
                      ou sequer
                      são conhecidos
                      pelo nosso povo.
                      É sempre
                      uma honra
                      receber
                      sua visita
                      e especial
                      comentário.
                      Muito obrigada!

                      Carinhoso abraço,
                      Lia



                    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.