Maximiliano Skol

A CURVA

Procurei... E como divaguei...
Agora essa estrada enfrenta uma  curva.
(Sempre à espera,  ela me aguarda, além)
 Ah, quem me dera        desvendar-lhe o obscuro,
e o desconforto da sua perspectiva.
Quão insondável é essa conjuntura!!
A curva da estrada...
Quando vou ultrapassá-la,
que destino nela está?
Que surpresa me espera?
Meu caminho tem de continuar.
Sinuoso sempre o foi até chegar
nessa curva!
Nela reside a minha esperança
Quero desbravar o meu caminho,
mas estou limitado.
A curva é um túnel pelo dossel dos galhos no matagal.
Se eu soubesse o que nela me espera...
(Quanto mais minha estrada  avança,
a curva me precede como um pesadelo)
A que o seu misterioso porvir me desvenda?
Que existe além do espaço da curva?
A minha estrada, Senhor, é longa, nem de cascalho é, nem de cimento.
É de chão, mesmo.
Vejo marcas de passantes...
Que me espera além dela?
Uma esperança não me é alviçareira.
Só tu sabes, Senhor, do meu futuro.
E do que me espera além da curva.
Será  um recomeço de nova estrada?
Sou qual animal de estimação na esperanca pelo dono, que és tu Senhor.
Vivo aos gritos nessa esperança.
O sol brilhará depois?
Haverá um precipício?
A curva me cega nos meus propósitos.
Sinto-me atado,
Desesperado.
A  minha ignorância além da curva...
Pressinto-me desaparecer na curva do caminho, sem previsão: pra onde?
Estou tolhido, indefeso.
Minha liberdade deseja ultrapassar a curva.
Não consigo seguir
meus planos e meus anseios
Vislumbro fio de luz a atravessar uma clareira entre troncos do matagal da curva.
Entrevejo uma amplidão.
Há possibilidades além do horizonte?
Até aqui sempre chego...
Meus sonhos morrendo ao pé da curva.

Tangará da Serra, 21/07/2023

  • Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de Julho de 2023 23:36
  • Comentário do autor sobre o poema: A foto tenta simular a curva descrita.
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 17
  • Usuário favorito deste poema: Lia Graccho Dutra.

Comentários4

  • Lia Graccho Dutra

    Bom dia,
    querido poeta ,
    Maximiliano:

    Seus versos
    magistrais
    descrevem
    com perfeição
    a angústia,
    a incerteza
    e a dúvida
    que nos aflige
    em relação
    ao futuro.
    Nada sabemos
    sobre o porvir.
    Tudo está nas
    mãos de Deus.
    Parabéns,
    carinhoso abraço!
    Lia

    • Maximiliano Skol

      Boa tarde, querida amiga Lia. Fico-te grato por teres captado a mensagem do texto e muito feliz ao ver que favoritaste o poema.
      Um excelente fim de semana.
      Beijos.

    • Maximiliano Skol

      Olá, meu caro amigo EVieira.
      Gratidão por teres o poema como favorito.
      Que tenhas um fim de semana a contento.
      Um abração.

    • Maria dorta

      Um poeta emuta pó transcendental, pelo incógnito do Al di lá depois dessa vida. Quem não? Todos nós pergunta.os e às vezes nos angústiamos pelo secreto...mas, na linha reta de tua vida tens nos oferecido muita beleza poética .Aplausos de pé!

      • Maximiliano Skol

        Minha queridíssima Dorta, tu me enalteces sobejamente. E tuas bondosas palavras são mantidas bem no meu íntimo. E fico a me resguardar para não me superestimar a mim próprio dentro da vaidade. Gratidão pelos teus comentários. Ser-te-ei sempre grato.
        Um final de semana a contento.
        Beijos.
        P. S.: Estou curioso pelo dia do teu aniversário.

        • Maria dorta

          Nada que digo a ti se compara com tua real estatura poética. Não é de graça!
          Sou geminiana da gema, dia 7 de junho. Um abração.

        • Claudia Casagrande

          Os mistérios e as incertezas dali pra frente tornam-se as mais belas poesias.
          Que saudade eu sentia de vir aqui, mas não sabia como voltar, sendo que não voltei a escrever.
          Estou adorando apreciar.
          um grande abraço

          • Maximiliano Skol

            Como é reconfortante ter a tua visita, querida amiga Cláudia!! E melhor, ainda, é receber um carinhoso e arguto comentário, marca da tua inteligência. Enquanto não dispões a escrever, continues a nos prestigiar com um pulinho, aqui, em feitio de saudade.
            Beijos.



          Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.