Procurei... E como divaguei...
Agora essa estrada enfrenta uma curva.
(Sempre à espera, ela me aguarda, além)
Ah, quem me dera desvendar-lhe o obscuro,
e o desconforto da sua perspectiva.
Quão insondável é essa conjuntura!!
A curva da estrada...
Quando vou ultrapassá-la,
que destino nela está?
Que surpresa me espera?
Meu caminho tem de continuar.
Sinuoso sempre o foi até chegar
nessa curva!
Nela reside a minha esperança
Quero desbravar o meu caminho,
mas estou limitado.
A curva é um túnel pelo dossel dos galhos no matagal.
Se eu soubesse o que nela me espera...
(Quanto mais minha estrada avança,
a curva me precede como um pesadelo)
A que o seu misterioso porvir me desvenda?
Que existe além do espaço da curva?
A minha estrada, Senhor, é longa, nem de cascalho é, nem de cimento.
É de chão, mesmo.
Vejo marcas de passantes...
Que me espera além dela?
Uma esperança não me é alviçareira.
Só tu sabes, Senhor, do meu futuro.
E do que me espera além da curva.
Será um recomeço de nova estrada?
Sou qual animal de estimação na esperanca pelo dono, que és tu Senhor.
Vivo aos gritos nessa esperança.
O sol brilhará depois?
Haverá um precipício?
A curva me cega nos meus propósitos.
Sinto-me atado,
Desesperado.
A minha ignorância além da curva...
Pressinto-me desaparecer na curva do caminho, sem previsão: pra onde?
Estou tolhido, indefeso.
Minha liberdade deseja ultrapassar a curva.
Não consigo seguir
meus planos e meus anseios
Vislumbro fio de luz a atravessar uma clareira entre troncos do matagal da curva.
Entrevejo uma amplidão.
Há possibilidades além do horizonte?
Até aqui sempre chego...
Meus sonhos morrendo ao pé da curva.
Tangará da Serra, 21/07/2023
- Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de julho de 2023 23:36
- Comentário do autor sobre o poema: A foto tenta simular a curva descrita.
- Categoria: Surrealista
- Visualizações: 17
- Usuários favoritos deste poema: Lia Graccho Dutra
Comentários4
Bom dia,
querido poeta ,
Maximiliano:
Seus versos
magistrais
descrevem
com perfeição
a angústia,
a incerteza
e a dúvida
que nos aflige
em relação
ao futuro.
Nada sabemos
sobre o porvir.
Tudo está nas
mãos de Deus.
Parabéns,
carinhoso abraço!
Lia
Boa tarde, querida amiga Lia. Fico-te grato por teres captado a mensagem do texto e muito feliz ao ver que favoritaste o poema.
Um excelente fim de semana.
Beijos.
Olá, meu caro amigo EVieira.
Gratidão por teres o poema como favorito.
Que tenhas um fim de semana a contento.
Um abração.
Um poeta emuta pó transcendental, pelo incógnito do Al di lá depois dessa vida. Quem não? Todos nós pergunta.os e às vezes nos angústiamos pelo secreto...mas, na linha reta de tua vida tens nos oferecido muita beleza poética .Aplausos de pé!
Minha queridíssima Dorta, tu me enalteces sobejamente. E tuas bondosas palavras são mantidas bem no meu íntimo. E fico a me resguardar para não me superestimar a mim próprio dentro da vaidade. Gratidão pelos teus comentários. Ser-te-ei sempre grato.
Um final de semana a contento.
Beijos.
P. S.: Estou curioso pelo dia do teu aniversário.
Nada que digo a ti se compara com tua real estatura poética. Não é de graça!
Sou geminiana da gema, dia 7 de junho. Um abração.
Os mistérios e as incertezas dali pra frente tornam-se as mais belas poesias.
Que saudade eu sentia de vir aqui, mas não sabia como voltar, sendo que não voltei a escrever.
Estou adorando apreciar.
um grande abraço
Como é reconfortante ter a tua visita, querida amiga Cláudia!! E melhor, ainda, é receber um carinhoso e arguto comentário, marca da tua inteligência. Enquanto não dispões a escrever, continues a nos prestigiar com um pulinho, aqui, em feitio de saudade.
Beijos.
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