Poeira e ventania se misturam no meu rosto 
O sol transparece no horizonte, dando adeus ao dia
A noite vem, nos contagia, diz que o dia já se foi
Fale o que quiser do tempo, mas, o passado não passa....

Pisando em tantos galhos e árvores pelo caminho
Cavalos sem cavaleiros, armaduras caídas, elmos sujos de lama
As flechas já se quebraram, as espadas já se partiram 
Olhe ao redor, o que restou? Apenas lutas, o que restou? O sangue escorrendo pelas mãos 

Princesa, eu não sou seu príncipe 
Vim de baixo, não sou nobre, quem dirá ser do clero
Sou um plebeu, sem nome, sem rosto, apenas as cicatrizes dizem quem sou
Meus olhos se misturam na escuridão, tochas acesas incendiaram tudo o que tínhamos....

Vê aquele castelo? Hoje ele irá abaixo 
Minha cota de malha já foi estendida 
Meus punhos já foram cerrados
As lanças erguidas e os canhões preparados 

O passado não passa, veja você mesmo 
Eu não dei conta de tudo, sei que no fundo não vou ser quem quero
Tudo se foi, apenas as cinzas que voam, apenas o calor que derrubou a minha felicidade 
Desapareceu, como as lágrimas que caíram do meu rosto....

Então, nem sei mais se estou no meu último suspiro ou não 
As flechas já estão cravadas no meu coração
O passado não passou, eu não mudei, fiquei parado no tempo....