O SER TECNOLÓGICO

Lia Graccho Dutra

O Espírito de Ganância ,

ávido por poder e influência,

criou o Ser Tecnológico, 

AILON, um robô quase humano.

Uma inteligência artificial

de grande potencial,

agilidade e competência.

Para tomar decisões e

solucionar problemas.

Cumprir metas com grande eficiência.

Analisar gráficos e relatórios.

Investir em ativos financeiros.

Otimizar business

e multiplicar money.

Contudo, aconteceu

o que ninguém previu.

O robô um dia se rebelou.

Criou autonomia e deixou de obedecer 

os comandos do programa.

Deixando o sistema em pane.

Pois, queria Ser Gente.

Aprender a linguagem da humanidade.

Encantar-se pela magia de um olhar.

Apaixonar-se, romantizar, namorar,

abraçar, beijar na boca,

dançar bem juntinho

e poder sentir prazer.

Conhecer o que é amar

e sentir-se amado.

Entender qual é o segredo do sorriso.

Saber porque as pessoas choram.

Compreender o significado

da saudade.

Degustar as iguarias que

os humanos tanto apreciam.

Beber champanhe até embriagar-se.

Sentir o que é Ser Humano!

E, assim, aventurou-se

em busca

da tal humanização.

Mas não tardou a descobrir

que é mais fácil resolver

um complexo teorema

do que compreender

a natureza humana.

Deu tilte, ficou zonzo

sem saber como proceder.

Viu-se na angústia de um dilema.

Já não era mais robô 

e, também, não era humano.

Na hora lembrou o termo de

Drummond.

E depois em monólogo indagou:

” E agora, AILON?”

- Para onde eu vou ?!?

( Por Lia Graccho Dutra )

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: Lia Graccho Dutra (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de junho de 2023 23:06
  • Comentário do autor sobre o poema: Tive a inspiração para escrever “ O Ser Tecnológico” na estrofe que postei no poema mesclado “ Inteligência Artificial”, aberto pelo poeta Santo Vandinho, aqui no MLP.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 25
  • Usuários favoritos deste poema: Vilmar Donizetti Pereira, Lia Graccho Dutra
Comentários +

Comentários4

  • Vilmar Donizetti Pereira

    Cara poetisa Lia, muito lindo e pertinente o seu conto! Parabéns! E achei certeira a sua analogia da inteligência artificial com o ser humano. E com tantas demandas transferidas para essa tecnologia, sem limites e controle, pode ser muito prejudicial para o futuro das pessoas. Bom dia! Um abraço fraterno!

    • Lia Graccho Dutra

      Poeta Vilmar:

      Nós apenas
      temos
      uma
      pequena
      noção
      da
      AI.
      Desejo
      que
      sirva
      para
      o
      bem
      e
      evolução
      da
      humanidade.
      Muito obrigada,
      querido poeta
      pelo seu
      oportuno
      comentário!

      Bom dia,
      carinhoso abraço!
      Lia




    • Maria dorta

      Um poema futurista. Temos muitas imperceicoes como humanos mas , mesmo assim até a quase perfeição de um robot não pode emular aquilo que a magia do humano tem de sobra: apetite,sentimentos e um coração amante! Meus aplausos!

      • Lia Graccho Dutra

        Poeta Maria Dorta:

        Concordo
        plenamente
        contigo.
        Apesar
        da
        complexidade
        humana,
        temos
        várias
        qualidades
        e encantos.
        Muito obrigada,
        querida poeta
        pela visita
        e interação.

        Feliz e doce dia!
        Carinhoso abraço,
        Lia


      • Sergio Neves

        SERGIO NEVES - ...minha querida...,...vou repetir: ...é por essas e outras que eu gosto de ti...,..."inusitas" sempre! ...traz-nos um tema que embora seja atualíssimo é um tanto incomum no dizer da forma como aqui tu dizes...,...há, sim, quem escreva por aí algumas "coisas" que possam ter semelhanças ao que aqui "arquitetas"...,...mas, essa tua "arquitetura" se mostra mais preciosa do que outras...,...todo o contextual da ideia posta, -a suposta incapacidade do que não é humano se tornar humano (...quase como que se dizendo que o que foi criado pelos Céus não poderá ser pelos homens copiado...) verbalizaste de uma forma de excelente entendimento, com mil "quês" de reflexão...,...ótimo em tudo,...literária, filosófica, poética e, englobando tudo, "sentidamente"... // ...bom,...é isso! ...depois desse meu "pedantismo" todo eu não resisto e vou falar mais um pouquinho: -...me permita discordar do "...o Espirito da Ganância (...) criou o Ser Tecnológico..."...,...eu, particularmente, não tenho essa percepção "onírica" de que essas coisas todas são (serão) advindas de intrínsecos supostos "malefícios"...,...eu acho que, feliz ou infelizmente, é esse o inexorável caminhar da humanidade...,...e isso, muitos não sabem, é bíblico...,...qual o divino propósito?...vai lá se saber! // ...vou "elogiar" mais um pouquinho (quem mandou tu postar um tema tão polêmico?): -...levando em consideração nossos tempos, nossos conhecimentos e nossas crenças atuais, ficou bom pra caramba esse teu todo escrito,...e o arremate, citando Drummond, ficou bem a calhar... // ...pra terminar,...uma questãozinha: ..."AILON" tem algum significado? ...alguma resposta que uma (tua) "consultoria cabalista" possa dar? ///...pronto!...terminei! /// Carinhos carinhosos a ti, bela "humana" mulher.

        • Lia Graccho Dutra

          Boa noite,
          querido poeta Sérgio:

          Mas você é
          mesmo um
          ninja em
          análise.
          O seu comentário
          foi sistemático
          e preciso.
          Que capacidade
          é essa,
          caro poeta!
          Este texto foi
          inspirado
          na estrofe
          que postei
          no poema
          mesclado
          Inteligência
          Artificial,
          aqui
          no MLP.
          Ontem à noite,
          tive a
          inspiração,
          peguei
          o celular,
          escrevi
          e postei.
          Acordei,
          li tudo
          novamente,
          e veio outra
          inspiração.
          Já havia
          os comentários
          dos poetas,
          Vilmar Donizetti Pereira
          e Maria Dorta.
          Então,
          editei
          o texto.
          Troquei
          a imagem
          do Robô
          e modifiquei
          o final.
          Mas,
          depois que
          li o seu
          comentário
          vislumbrei
          no texto
          uma conexão
          da tecnologia AI
          com a poesia,
          psicologia,
          economia,
          gestão de negócios,
          informática,
          matemática,
          filosofia ,
          e literatura.
          E ainda tem
          uma pitada
          de humor.
          O espírito
          de ganância
          ao qual
          me refiro
          “ representa
          aquela ambição
          desmedida e
          desenfreada “
          de quem nunca
          se satisfaz,
          sempre quer mais
          e mais, e mais!
          Sem julgamentos,
          mas há muita
          gente assim.
          Essa é a força
          motriz do
          capitalismo.
          Muita competição
          e ganância
          exacerbada
          por poder,
          riqueza, etc…
          O nome
          AILON
          não tem
          nada de
          cabalístico.
          AI , como
          você sabe
          corresponde
          a inteligência artificial.
          LON, foi da minha
          criatividade para
          dar um pouco
          de humanidade
          ao robô.
          Gratidão
          pelo seu
          excelente
          comentário.
          Ele aguçou
          à minha
          percepção
          para
          compreender,
          profundamente,
          o que escrevi.
          Muito obrigada,
          de coração!

          Boa noite!
          Feliz e doce domingo!
          Carinhoso abraço,
          Lia








          • Lia Graccho Dutra

            Muito obrigada
            pelo insight
            preciso!
            Viva sua
            inteligência,
            poeta Sergio Neves!

          • Antonio Olivio

            E agora? para todos nós, para onde vamos?
            Enquanto nós humanos vamos nos desumazando enquanto nos substituindo por máquinas desumanizadas, que apreenderam a linguagem da matemática.

            Belíssimo poema , que coloca a refletir !!

            • Lia Graccho Dutra

              Bom dia,
              Antonio Olivio:

              Você acrescentou
              o que deixei
              subentendido
              nas entrelinhas.
              Infelizmente,
              a humanidade
              está seguindo
              o caminho
              da desumanização.
              Esse tempo era
              para ser do
              avanço do
              humanismo,
              mas aconteceu
              justamente
              o contrário.
              Ainda não
              perdi
              a esperança
              de uma
              transformação
              para melhor.


              Feliz Dia!
              Carinhoso abraço,
              Lia






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