O Espírito de Ganância ,
ávido por poder e influência,
criou o Ser Tecnológico,
AILON, um robô quase humano.
Uma inteligência artificial
de grande potencial,
agilidade e competência.
Para tomar decisões e
solucionar problemas.
Cumprir metas com grande eficiência.
Analisar gráficos e relatórios.
Investir em ativos financeiros.
Otimizar business
e multiplicar money.
Contudo, aconteceu
o que ninguém previu.
O robô um dia se rebelou.
Criou autonomia e deixou de obedecer
os comandos do programa.
Deixando o sistema em pane.
Pois, queria Ser Gente.
Aprender a linguagem da humanidade.
Encantar-se pela magia de um olhar.
Apaixonar-se, romantizar, namorar,
abraçar, beijar na boca,
dançar bem juntinho
e poder sentir prazer.
Conhecer o que é amar
e sentir-se amado.
Entender qual é o segredo do sorriso.
Saber porque as pessoas choram.
Compreender o significado
da saudade.
Degustar as iguarias que
os humanos tanto apreciam.
Beber champanhe até embriagar-se.
Sentir o que é Ser Humano!
E, assim, aventurou-se
em busca
da tal humanização.
Mas não tardou a descobrir
que é mais fácil resolver
um complexo teorema
do que compreender
a natureza humana.
Deu tilte, ficou zonzo
sem saber como proceder.
Viu-se na angústia de um dilema.
Já não era mais robô
e, também, não era humano.
Na hora lembrou o termo de
Drummond.
E depois em monólogo indagou:
” E agora, AILON?”
- Para onde eu vou ?!?
( Por Lia Graccho Dutra )