Lia Graccho Dutra

O SER TECNOLĂ“GICO

O Espírito de Ganância ,

ávido por poder e influência,

criou o Ser Tecnológico, 

AILON, um robô quase humano.

Uma inteligência artificial

de grande potencial,

agilidade e competência.

Para tomar decisões e

solucionar problemas.

Cumprir metas com grande eficiência.

Analisar gráficos e relatórios.

Investir em ativos financeiros.

Otimizar business

e multiplicar money.

Contudo, aconteceu

o que ninguém previu.

O robô um dia se rebelou.

Criou autonomia e deixou de obedecer 

os comandos do programa.

Deixando o sistema em pane.

Pois, queria Ser Gente.

Aprender a linguagem da humanidade.

Encantar-se pela magia de um olhar.

Apaixonar-se, romantizar, namorar,

abraçar, beijar na boca,

dançar bem juntinho

e poder sentir prazer.

Conhecer o que é amar

e sentir-se amado.

Entender qual é o segredo do sorriso.

Saber porque as pessoas choram.

Compreender o significado

da saudade.

Degustar as iguarias que

os humanos tanto apreciam.

Beber champanhe até embriagar-se.

Sentir o que é Ser Humano!

E, assim, aventurou-se

em busca

da tal humanização.

Mas não tardou a descobrir

que é mais fácil resolver

um complexo teorema

do que compreender

a natureza humana.

Deu tilte, ficou zonzo

sem saber como proceder.

Viu-se na angústia de um dilema.

Já não era mais robô 

e, também, não era humano.

Na hora lembrou o termo de

Drummond.

E depois em monólogo indagou:

” E agora, AILON?”

- Para onde eu vou ?!?

( Por Lia Graccho Dutra )