com a brejeirice de flores do campo
e a suntuosidade de uma rosa rainha
ela carregava consigo as primaveras
embora tivesse um ímpeto de galinha
eu não passava dum pombo arrulhento
arrastando por ela minhas jovens asas
desejava o cálice e as pétalas macias
e corria por ela os meus pensamentos
mas só alcancei-a na terra de Morfeu
cerrei os olhos, então, para meu delito
e tal como se lhe roubasse um beijo
tomei-lhe um botão, em ousado gesto
e eu teria posado ali para um mármore
como o Paolo e a Francesca, do Rodin
mas ela voltou com jabuticabas abertas
desfez o meu tempo no ápice do desejo
e eu só lembro do high-five nas estrelas
ao voltar de Las Leñas, por Marrakech
jamais reclamou o seu botão apanhado
na aquiescência, fiz com ele um jardim
regado com silêncio de não desabrochar
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 28 de junho de 2023 13:51
- Categoria: Amor
- Visualizações: 9
Comentários2
Esse jardim
de um só botão
é muito
interessante.
Pincelado
por várias
metáforas.
Parabéns
pela
criatividade,
Antonio Luiz!
Abraço,
poeta!
Lia
Querida poeta Lia,
A tua visita me deixa muito honrado, e fico lisonjeado com tua leitura e teus comentários, sempre muito gentis!
Muito obrigado.
Abraços.
SERGIO NEVES - ...meu amigo, verdadeiramente és um POETA,...assim, com letras maiúsculas,...as mais maiúsculas que possam haver.. /// Abçs.
Caro poeta Sérgio,
Meu coração sorriu quando me chamaram de poeta (assim com minúsculas) há algum tempo, então deves fazer ideia do rebuliço provocado por todas essas maiúsculas aí, não é?
Muitíssimo grato pela leitura e pelo comentário, tão incentivador!
Abraços!
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