Ad Verso

Marçal de Oliveira Huoya

Se eu crio

Não desejo a segunda pessoa para ninguém

Vestido de fraque e cartola

Arranhando a superfície

Não vendo além da minha própria imagem

No espelho da água

Mágoa seria se eu não caísse

Quebro o espelho, mergulho

Revolto as águas

Vejo o que tem no fundo

Não faço arte para seu agrado

No presépio, sou a ovelha afrodescendente

E não a cabeça da vaca do lado

Sou reto como a curva

Sonho para me me apartar do rebanho

Nado na água turva

Eu sou uma ovelha diferente

Júpiter, Terra, Lua

Vênus e Marte

Sou tanta gente

Sou tantas partes

Mas sempre na primeira pessoa nua

Eu nado contra a corrente

E se faço arte

Não é para licença sua

Se eu faço arte

É somente para desagradar-te...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de maio de 2023 22:06
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 3
Comentários +

Comentários1

  • Maria dorta

    Se fazes arte para " desagradar" os que te lêem.,.bem, é tua opção,sem dúvida vais ler muitos disparates.



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