Fui passear em um jardim
Lá descobri uma linda flor
Pétala jazia quase sem cor
Sob um ramo de folhagem
O perfume era só miragem
O seu pólen vivia em bolha
Gineceu coberto por folhas
Inflorecência só de imagem
Àquela imagem de flor rara
Tinha sua beleza escondida
Por tempo ficou esquecida
Do Sol da Lua e seus lumes
Até as luzes dos vagalumes
Perderam por ela o encanto
Não clareavam seu perianto
Com certeza era por ciúmes
Eu tirei a folhagem da flor
Dois lindos botões floriram
Pétalas vermelhas coloriram
Os fitos inebriantes da retina
Abrindo as janelas e cortinas
Para sentir o Sol das manhãs
Tecendo seus raios seus fãs
Na antera dessa flor menina
Suave aroma evola-se da flor
No jardim há a inflorecência
Daquela flor só reminiscência
Hoje o doce perfume domina
Pétalas aveludadas na retina
Pintam nos fitos lindas cores
De sublime dádiva do amor
A rara beleza da flor menina
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de maio de 2023 22:39
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Flor Menina”, refletindo sobre uma frase de Murilo Moura, que diz: “E aquela mesma menina que um dia era só choro e tristeza, agora tá por aí distribuindo alegrias e deixando saudades por onde passa”! Imageticamente e poeticamente, em nossa poesia ratificamos o pensamento de Murilo, como uma flor menina, que vivia em um jardim sufocada por ramos e folhagens, que a escondiam e ela era triste e desconhecida. Conforme o 3° e 4° versos da 1ª. estrofe: “Pétala jazia quase sem cor; Sob um ramo de folhagem”. Uma vez me disseram que a tristeza está ligada com a beleza, pois, ser bonita e ter olhares vazios, por não ser percebida, deixa-a triste. Estado refletido no 2°, 3° e 4° versos da 2ª. estrofe: “Tinha sua beleza escondida; Por tempo ficou esquecida; Do Sol da Lua e seus lumes”. Em nosso poema “Flor Menina” é a designação de uma jovem de beleza rara, que vivia sob a sombra dos adultos. Porém, quando ela sai na luz do Sol, desabrocha e seu perfume evola-se pelo jardim. Conforme os versos 3°, 6° e 8°, da 3ª. estrofe: ”Pétalas vermelhas coloriram; Para sentir o Sol das manhãs; Na antera dessa flor menina”. Assim, nossa poesia demonstra o sentido do axioma lacaniano, “no princípio é a transferência”. Tipo, a menina triste, que agora distribui alegria, dito por Murilo, há transferência de humor. Igualmente em nosso poema, da flor que jazia quase sem cor, hoje “Pintam nos fitos lindas cores; De sublime dádiva do amor; A rara beleza da flor menina”. Boa leitura da nossa poesia, e que a mulher cada vez mais possa “ser o que ela quiser”.
- Categoria: Não classificado
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Comentários1
Uau! Uma aula de botânica trasmudada em poema brilhante. Aplausos de pé!
Obrigado Maria dorta! Suas palavras são doce, pelo carinho que transmite ao referenciar nosso poema. Meus aplausos são recíprocos a você!
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