Entre notas roucas surgia uma melodia,
enquanto a música se desenvolvia,
atentamente, aquele papagaio ouvia,
saboreando-a ávido por tão pura harmonia.
Como severo crítico, bastava um desafino,
uma nota fora daquele ajuste-fino,
para tal personagem iniciar a taramelar
e, se julgasse a falha grave, saísse a voar.
Com extrema paciência, o saxofonista
buscava convencer seu crítico contumaz,
com fruta predileta para, então, tocar em paz.
Saxofonista e papagaio compartilham,
como personagens, de deletéria realidade,
onde crítico e criticado vivem em tácita cumplicidade.
- Autor: Helio Valim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de maio de 2023 19:12
- Comentário do autor sobre o poema: Baseado em uma história real, da minha infância. Grupo: Poesia no Caos https://www.facebook.com/groups/1218204639013511
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 14
Comentários2
Sax foi o instrumento preferido de meu pai. Ouvi -lo e vê-lo tocando era demais!
O papagaio aí soube fazer chantagem rsrs. Abraços fraternos amigo Helio
Olá, Elfrans
Obrigado pela leitura e comentário. Fico feliz pelas lembranças proporcionadas.
O saxofonista era meu tio e o papagaio se chamava Louro (nome muito criativo! rsrs). Ele era um crítico cruel, só parava com banana!
Um grande abraço
Parece inventividade das boas. Mas se foi verdade,a gente se convence de como a arte imita a realidade. E " en passant" entre critico e autor sempre houve e há uma rivalidade...são raros os puros!
Olá, Maria Dorta
Obrigado pelo comentário. Concordo totalmente.
A história é verdadeira, temperada com a liberdade criativa e a memória do autor rsrs.
Como respondi ao Elfrans: "O saxofonista era meu tio e o papagaio se chamava Louro (nome muito criativo! rsrs). Ele era um crítico cruel, só parava com banana!"
Um grande abraço
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