Helio Valim

Apenas uma amendoeira!

 

O ruído insistente de serra,

ao devastar os veios, encerra

a sombra de longeva amendoeira,

que, impávida, suporta a poeira,

enquanto seu tronco se desfaz.

 

Altiva insiste, mas não resiste

à devastação que persiste,

até ser despida de seu vestido,

desnuda de ramos, folhas e estilo,

sendo abusada sem paz.

 

Grande provedora de tranquilidade,

contrapondo-se à intensidade da cidade.

Sob suas folhas, na sua sombra,

tal generosidade a todos assombra,

proporcionando suave calmaria eficaz.

 

Em conluio com devoradora urbanização

degola-se seres frondosos, sem comoção,

pois, lógicas de mercado encobrem,

abstratas empáfias que distorcem

a efetividade de ação ambientalmente capaz.

  • Autor: Helio Valim (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de Abril de 2023 23:53
  • Comentário do autor sobre o poema: Grupo: Poesia no Caos https://www.facebook.com/groups/1218204639013511
  • Categoria: Sociopolítico
  • Visualizações: 9

Comentários2

  • Zaira Belintani

    Infelizmente não há bom senso quando se trata de fazer escolhas para um desenvolvimento sustentável. Os ambientalistas trabalham engessados, as grandes empresas sempre vencem.

    Mais uma produção maravilhosa, realista. Parabéns, Helio Valim!
    Abraços!

    • Helio Valim

      Olá, Zaira
      Obrigado pelo comentário consciente e gentil.
      Um abraço

    • Maria dorta

      A amendoeira tem sua representatividade em teus lindos e sensíveis versos. A humanidade desumananiza tudo por onde pisa e cortando árvores vai acabar na fornalha desertica em que transformarão esta nossa Terra. Belo protesto em forma de versos sensíveis. Aplausos!

      • Helio Valim

        Olá, Maria Dorta
        Obrigado pelo comentário, realisticamente, consciente.
        Um abraço



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