DE PALETÓ E PEITO ABERTO
De paletó e peito aberto
A andar sem rumo certo
Do lugar de onde estou
Ao lugar pra aonde vou...
Percebi que anoiteceu
E a cidade adormeceu
Agora à sós, o céu e eu
Um céu imenso, todo meu
Passeei por tantas ruas
Ruas minhas, ruas suas
E foi numa dessas ruas
Que você me conheceu
Não me disse o seu nome
Apelido, ou sobrenome !
Dos carinhos que careço
Me bastou seu endereço
Tua pele adolescente
Teu calor, subsequente
Foi a deixa, do encanto
Ao prazer de amar-te tanto
Entre sonho e consciência
Entregaste a inocência
Tuas horas, e teus dias
E te fui por companhia
O que sobra desse amor
Levarei pra onde for !
Se a noite é uma criança,
Aviltar não tem fiança.
Ouço miados no telhado
Dum gato negro, inspirado
Distraído não suspeita
Que um canino o espreita
Mergulhei na escuridão
Abraçado ao violão
Pra poder dele tirar
Qualquer coisa pra cantar
Recorri à jovem-guarda
Sob a luz da lua parda
Do acervo das antigas
Canto "Uma Palavra Amiga"
Se julgar de modo extremo
Vais dizer que sou boêmio
Um poeta apaixonado
Pelo céu enluarado
De paletó e peito aberto
A andar sem rumo certo
Do lugar de onde estou
Ao lugar pra aonde vou
- Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de abril de 2023 21:59
- Categoria: Fantástico
- Visualizações: 14
Comentários2
"Há um diálogo que diz :
- Você já morou só?
- Sim
- Onde?
- Em algumas histórias de amor.
Ótimo seu poema Elias, ele me transportou para uma época muito linda da vida.
Parabéns
Olá Maiza. Às vezes tal local, sirva até como moradia temporária. Mas, por fim, acaba dando tédio rsrsrs. Porém, tem muitas histórias dessas, verídicas, por aí.
Não sómente morar só, mas, também, estar só, sentir-se só, mesmo não estando só, rsrsrs. Abraços minha querida. Bom dia
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