Rosangela Rodrigues de Oliveira

Dom

Todos viemos com o dom.

Basta desenvolver

Mas talvez por medo dos pais

Esse dom fica escondido

E não pode aparecer

Vim com o dom pra tocar piano

Meu primo com o dom da bateria

Mas ambos dom foram lançados 

Pra fora com medo de virar anarquia.

Assim é a vida de cada pessoa

Uns olham como uma glória 

Enquanto outros como uma desgraça

Enquanto uns tocam na igreja

Outros assistem e imaginam

Não toco desse ou daquele jeito

Pois tive que dedicar minha vida

A empresa de outra família.

Por diversas vezes fui chamada

De desorientada, mas aí de mim

Se não levasse o pão de cada dia.

Não dá pra me lastimar por

Tudo o que houve no passado

Foi e sempre o melhor caminho

Que percorri, mesma coisa com 

O meu primo, o dom tem

Que ser desenvolvido

Pra plateias arrastar

Se não é mais um dom escondido

Depois não adianta se lamentar.

 

Rosangela Rodrigues de Oliveira

 

Comentários1

  • LEIDE FREITAS

    Passei pelo teu poema e sua opinião sobre o dom. Concordo plenamente.

    O dom fica sempre para segundo plano diante da urgência da sobrevivência.

    Boa tarde e excelente semana, poeta Rosangela!



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