Como é bela a praça da matriz,
Assim, em dias de sol, pela manhã.
Percorro o centro da cidade
Em busca de um passado deveras adormecido.
Histórias que subjazem à paralisia anacrônica das vielas,
Alamedas que se ocultam, serpenteantes, invisíveis a olhos desatentos.
Casas que dantes sorriam, buliçadas,
Testemunhas de um tempo de alegrias exatas. Estreitas ruas de Paralelepípedos que cintalam, ofuscando os sentidos.
Todavia, agora,
Revestida de um aspecto tétrico,
A cidade desvanece,
Absolutamente indefesa, irreconhecível.
Vítima do futuro que se delineia no horizonte, omnioso,
Ela agoniza...
Enquanto isso, Cristo, lá de cima,
Confuso, parece apenas indagar:
"Meu Deus!" "O que fizeram da minha cidade?"
"Perdeu-se toda no tempo!"
Mas a praça!
- Autor: Gustavo Cunha ( Offline)
- Publicado: 17 de abril de 2023 00:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
Comentários1
Sim, há sempre uma praça inesquecível para alguém, em algum lugar. Bonito poema!
Boa tarde!
Muito obrigado, Leide!
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