Gustavo Cunha
Crônica de uma cidade que desaparece.
Como é bela a praça da matriz,
Assim, em dias de sol, pela manhã.
Percorro o centro da cidade
Em busca de um passado deveras adormecido.
Histórias que subjazem à paralisia anacrônica das vielas,
Alamedas que se ocultam, serpenteantes, invisíveis a olhos desatentos.
Casas que dantes sorriam, buliçadas,
Testemunhas de um tempo de alegrias exatas. Estreitas ruas de Paralelepípedos que cintalam, ofuscando os sentidos.
Todavia, agora,
Revestida de um aspecto tétrico,
A cidade desvanece,
Absolutamente indefesa, irreconhecível.
Vítima do futuro que se delineia no horizonte, omnioso,
Ela agoniza...
Enquanto isso, Cristo, lá de cima,
Confuso, parece apenas indagar:
\"Meu Deus!\" \"O que fizeram da minha cidade?\"
\"Perdeu-se toda no tempo!\"