Victor Severo

O grito.

Vamos gritar todos juntos.

O mais alto que pudermos.

Vamos berrar até perdemos.

O fôlego, a vergonha, a apatia.

E que esse grito seja o último.

Bramido, clamor, suspiro.

Vamos guinchar em rogos de revolta.

Para que o céu acorde de seu sono.

Covarde, egoísta, indiferente.

E escute a súplica dos deserdados.

Vamos vomitar com esse grito.

O ódio, o medo, a ignorância.

Expelir de nossas entranhas.

Em golfos tóxicos hemorrágicos.

Toda a lama imunda de nossa essência.

E por fim, acordar do pesadelo.

De uma existência que nunca teve sentido.

Convulsivos, coléricos, ébrios de loucura.

Abandonando o fardo dessa escravidão.

Se exilando no silêncio para sempre.

  • Autor: Victor Severo (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de Março de 2023 13:01
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 12

Comentários2

  • Jose Kappel

    Bela e profunda poesia. que fala de todos nós. Ela retrata um intimo das agruras do homem que fala muito de dor. " Abandonando o fardo dessa escravidão." Parabéns.

  • Drica

    Amo seus poemas! Parecem letras de música. São muito ROCK! São trevosos!

    • Victor Severo

      Obrigado cara Drica, fico feliz, mas, trevosos...rsrsrsrsr, acho que às vezes sim, são meio soturnos, fazem parte de minha leitura da natureza humana -minha natureza também- mas há outros digamos, mais iluminados. Ah sim, adoro RockandRoll.

      • Drica

        Eu sabia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Rock! rs
        São escuros, nebulosos. AMO! Muito bom!



      Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.