Jorginho rapazinho na carpa do café
Há três casamentos com sua rejeição
Eram três lindas filhas do seu patrão
Uma a mais “trabalhadeira” da turma
A outra muito “bonita” cheia de luma
A terceira disse que era “flor da terra”
Mas Jorginho não podia ter todas elas
E disse: “Eu não caso com nenhuma”
A vida é um trem que corre rápido
Assim como a réstia do Sol no vão
Tal qual cantar Jorginho do Sertão
Batidão lá da roça cheio de molejo
Que o cantor catira fazia em solfejo
O Cornélio Pires conhecia essa lira
Fez gravação dessa música caipira
No primeiro disco mundo sertanejo
O Grupo caipira de Cornélio Pires
O Raul Torres, Jararaca e Ratinho
Mandi, Sorocaba Palhaço Ferrinho
Em “vinte nove” emergem o grotão
Trazendo o sertanejo para gravação
RCA Vitor foi gravadora escolhida
Por Cornélio Pires que deu guarida
A viola e canto Jorginho do Sertão
A primeira moda de viola gravada
Pelo Cornélio Pires aqui no Brasil
Que apostou nos sertanejos de mil
Mariano e Caçula da música catira
Dupla sertaneja que a história vira
Do Jorginho do Sertão pra capital
Foi sucesso desse gênero musical
O início da fama do cantor caipira
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 3 de março de 2023 21:48
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Jorginho do Sertão”, por gostar de escutar o gênero musical sertanejo. Por ser um ritmo que foi nascido e criado no ventre do sertão. Mamando no seio da natureza, da seiva verde da mata silvestre e assim, dando origem as nossas raízes sertanejas. Quando a lembrança dos avós se faz presente, há uma luma que vem lá do grotão. Da casinha de palha, do ribeirão, da festa na roça, isso traz a imagem de Tonico e Tinoco, dupla raiz da música caipira. O sertanejo é um gênero musical de grande sucesso no Brasil, isso se deve àqueles sertanejos, que contavam casos a noite na palhoça e faziam as rodas de violas na beira da tuia. E que resolveram investir na música sertaneja, estilo que hoje é sucesso em todos os lugares do Brasil. Entre os anos de (1910-1940), houve o nascer “sertanejo raiz”, que teve a primeira canção “Jorginho do Sertão”, gravada pelo jornalista Cornélio Pires, em 1929. Conforme a 1ª. estrofe da nossa poesia, aborda-se o dia a dia na roça, na carpa do café, vivenciados por Jorginho. Desejando a todos uma boa leitura da minha poesia, deixo algumas estrofes da canção Jorginho do Sertão, de Mariano e Caçula. [...] -O Jorginho do sertão, Rapazinho inteligente, Numa carpa de café, Ele enjeitou três casamentos. -Ele acabou seu serviço, Tão alegre, tão contente, Veio dizer pro seu patrão, Quero a minha conta corrente. -Jorge, a conta eu não lhe dou, Pro vosso procedimento, Tenho três filhas solteira, Eu lhe ofereço em casamento. -Logo veio a mais velha, Por ser a mais interesseira, Jorginho, case comigo, Que eu sou a mais trabalhadeira. -Logo veio a do meio, Cheia de tope e de fita, Jorginho, case comigo, Que eu, das três, sou a mais bonita. -Logo veio a mais nova, Vestidinho amarelo, Jorginho, case comigo, Que das três, sou a flor da terra. -O Jorginho do sertão, É rapaz de pouca luma, Não posso casar cas' três, Ai, eu não caso com nenhuma[...]
- Categoria: Não classificado
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Comentários2
SERGIO NEVES - ...taí!...gostei pra caramba desse teu escrito...,...muito interessante...,...e muito bem "argumentado"... / ...e esse tal Jorginho do Sertão, heim!...era é muito do "guloso", isso sim! / Abçs.
Obrigado Sérgio! Concordo contigo, o Jorginho queria um harém, não sendo preferiu ficar solteiro. Gulosíssimo!
Forte abraço.
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