Ontem busquei a morte na minha solidão de tristeza profunda e desespero absoluto. Ontem, eu quis a morte por completa, eu ansiei por ela. As lagrimas não caiam, mas minha mente não estava bem, nada bem.

Ontem se eu tivesse uma opção rápida de morte, um revolver, pistola, pirolas para dormir, eu o teria assim feito. Busquei por formas de morrer sem dor, busquei o preço do remedio da morte. Busquei até algo imbecil como opção.

Nós, que buscamos a morte como solução queremos apenas o fim dessa dor. Buscamos descanso para mente e para a alma. Buscamos o conforto que não nos deram.

Buscamos a morte como a única opção, diante de um problema chamado depressão. Uma dor, uma tristeza, um desespero, um sentimento de que nunca mais seremos felizes e nunca mais conseguiremos sair desta situação.

E é bem assim que tenho me sentido. E não é de hoje. Não é de hoje que venho pensando e desejando a morte. Não é de hoje que estou cansada e exausta. Não é de hoje, nem de ontem, nem de um mes para cá, são anos e anos carregando uma enorme cruz pesada que doe sem dó.

Eu venho buscando conforto em quem não dê, tento avisar quem não se importa, tento conversar com quem não quer ouvir. E é por isso e muito mais, que ao meio do desprezo que venho recebido de quem nunca deveria receber, é que me vejo impulsionada ao fracasso da melhora que eu nunca consegui encontrar.

Se culpo essas pessoas? Sim! Eu as culpo! Eu culpo todos e o mundo! Eu culpo a mim mesma e culpo a Deus, por não ter misericórdia de mim em nenhum momento da minha miserável situação.

Sem esperanças e solução, sozinha, sem ajuda, sem piedade, sem empatia, carregando uma dor enorme durante tanto tempo. Quem aguenta? 

Eles me falam que sou forte, durona, palha dura, mas não enxergam que sou feita de carne e osso e sou humana também?

Talvez esse foi o meu maior erro da vida, buscar ajuda das pessoas, esperar que alguém me enxergue, que sinta algo, algo que seja pena ao menos.

Essa foi a humilhação que passei durante toda a minha vida. Um descaso incrédulo, cruel, uma negligência tamanha, um desprezo, um desdem, uma indiferença absurda que recebo dessas pessoas.

Hoje mais uma vez discutindo sobre isso, com minha irmã, do porque ne tratam de forma ríspida me sentindo a única a ser tratada assim, eu ouvi mais uma vez que é porque cada um é cada um e cada um é tratado de uma forma.

Agora mais uma vez me pego fazendo a mesma pergunta. Porque? Porque comigo o tratamento é diferente? Será  que eu mereço mesmo essa indiferença tamanha e tão cruel que geralmente a pior das pessoas somente recebem?

Será que isso que acham de mim? Que sou uma péssima pessoa e por isso mereço essa cruel realidade?

Será que estou tão cega que não vejo isso? Será que venho feito coisas tão ruins assim por isso mereço essa perversidade tamanha até mesmo das pessoas que deveriam me amar?

Eu me entrego a ti, obscura, solitária e profunda dor. Eu me entrego, pois somente a ti eu tenho, somente tu minha companheira sádica me acompanha e esta comigo todos os dias sem cessar.

Se a morte tragica e apressada for meu destino, então assim o aceitarei.