P I C U I N H A

Marcelo Veloso

Não deixa ninguém falar,

nem tempo pra ouvir,

é uma mistura tão mesquinha.

Fala muito e pelos cotovelos,

não tem paciência com ninguém,

gosta mesmo é de picuinha.

 

Fofoca, boato e língua grande,

é o sinônimo do seu linguajar,

parece uma cantilena, doída ladainha.

Acontece que a mentira desferida,

é uma vasilha bem carregada,

onde se encontra toda a picuinha.

 

Cria embaraço onde não tem,

acha intriga em tudo que vê,

tem uma mente tão miudinha.

É o suprassumo da falta de noção,

provoca todo tempo com seu egoísmo,

é a essência doentia da picuinha.

 

Assim, o efeito é viral,

que torna a conversa triste,

longe do trilho, fora da linha.

E quando estufa o peito,

dizendo ser mais que todos e tudo,

é o fumegar iroso da picuinha.

 

Destrave, então, sua petulância,

remova seu objetivar confuso,

e não se envolva com gentinha.

Construa uma fase nova, reta,

afeiçoando ao que é bom e justo,

ponha fim ao viver de picuinha.

 

Alinhe-se ao saber ouvir com educação,

falando só o que é necessário,

sem os títulos absurdos que detinha.

Olhe nos olhos com docilidade,

colacionando gentileza e brandura,

para nunca mais se servir de picuinha.

 

A decência vai ser o horizonte,

onde o amor vai transcender,

como o brilhar meigo de uma luzente estrelinha.

O sorriso vai ser estampa da felicidade,

a alegria, o referenciar de todo bom dia,

e, jamais, pensará em picuinha.

  • Autor: Marcelo Veloso (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de fevereiro de 2023 15:14
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 17


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