Não deixa ninguém falar,
nem tempo pra ouvir,
é uma mistura tão mesquinha.
Fala muito e pelos cotovelos,
não tem paciência com ninguém,
gosta mesmo é de picuinha.
Fofoca, boato e língua grande,
é o sinônimo do seu linguajar,
parece uma cantilena, doída ladainha.
Acontece que a mentira desferida,
é uma vasilha bem carregada,
onde se encontra toda a picuinha.
Cria embaraço onde não tem,
acha intriga em tudo que vê,
tem uma mente tão miudinha.
É o suprassumo da falta de noção,
provoca todo tempo com seu egoísmo,
é a essência doentia da picuinha.
Assim, o efeito é viral,
que torna a conversa triste,
longe do trilho, fora da linha.
E quando estufa o peito,
dizendo ser mais que todos e tudo,
é o fumegar iroso da picuinha.
Destrave, então, sua petulância,
remova seu objetivar confuso,
e não se envolva com gentinha.
Construa uma fase nova, reta,
afeiçoando ao que é bom e justo,
ponha fim ao viver de picuinha.
Alinhe-se ao saber ouvir com educação,
falando só o que é necessário,
sem os títulos absurdos que detinha.
Olhe nos olhos com docilidade,
colacionando gentileza e brandura,
para nunca mais se servir de picuinha.
A decência vai ser o horizonte,
onde o amor vai transcender,
como o brilhar meigo de uma luzente estrelinha.
O sorriso vai ser estampa da felicidade,
a alegria, o referenciar de todo bom dia,
e, jamais, pensará em picuinha.