Deixe seus lábios desabrocharem
Sorrisos espontâneos que se sente
E que estejamos sempre presentes
No instante que somos lembrados
Que o nosso bem lhe seja dobrado
De embebecido fito em centelhas
Nos caracóis das memórias alheias
Seja teu sorriso quadro desenhado
Que sejamos a saudade de alguém
Nos átrios de uma velha amizade
Que o passado relembre felicidade
Dos instantes já vividos noutra era
Que sejamos as flores da primavera
Num evolar de perfumes de outrora
Zum de fragrância da velha história
Ocupando novamente antiga tapera
Sejamos o amor que um dia existiu
Revivido no peito com imagem sua
Sentida no sorriso de alguém na rua
Que se abre tipo as asas do albatroz
Serzir de lábios iglus dos esquimós
Que sejamos lembranças emergidas
Do ontem no hoje sempre revividas
Dentro daquele que passou por nós
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 18 de fevereiro de 2023 23:00
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Memórias Alheias”, refletindo sobre a rememoração do passado, que tem a equivalência no esquecimento do tempo presente. Em Freud, em contrapartida, a dimensão cronológica do indivíduo é redimensionada de tal forma que: passado, presente e futuro encontram-se entrelaçados. "Na verdade, a translação da pré-história esquecida para o presente, ou para uma expectativa de futuro, é, na verdade, ocorrência habitual (...)".Freud (1937b/2007, p. 269). Essa teoria freudiana, diz que as reminiscências podem manter "uma presença eficaz" (Freud, 1907/2007, p. 27). A nossa poesia verte na ótica da reminiscência, quando diz nos versos 3° e 7° da 1ª. estrofe: “E que estejamos sempre presentes”; “Nos caracóis das memórias alheias”. Gustavo Sobral escreveu Offset, 2018, 56p, “As Memórias Alheias”, um projeto editorial do Sertão Marketing & Mídia. Em seu contexto ele disse que: “As Memórias Alheias”, cingem histórias de antepassados, como cartas, notícias de jornal, bilhetes, ou seja, lembranças dos outros. Por conseguinte, a nossa poesia traz a sensibilidade de reviver o passado no presente de outrem. Isso se explica no verso 4° da 2ª. estrofe: “Dos instantes já vividos noutra era”, e verso 1° da 3ª. estrofe: “Sejamos o amor que um dia existiu”. A todos uma boa leitura do nosso poema e lindas lembranças das coisas do passado que lhes marcaram.
- Categoria: Reflexão
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