O ser humano não deu certo

Falhamos como ser, como raça

Desde a invenção do fogo 

Da roda 

Desde que nos erguemos eretos e superiores caminhamos sobre duas pernas

Banhamos reinos em sangue pelo sangue

Destruímos culturas

Matamos e sujamos o meio em que vivemos

Bebemos e comemos veneno e poluição colhendo o que plantamos

A política falhou

A religião falha miseravelmente desde sempre

Peca e se esconde atrás de velhos sorridentes endeusados

E nem Cristo ou Buda foram capazes de mudar as sentenças 

As cabeças humanas são anárquicas e maquinam sempre a destruição

Erramos em estabelecer qualquer comunhão em sociedade

O egoísmo e ambição inerente fermentam o preconceito e a soberba

Matamos Sócrates e tantos outros pensadores cujo o poder era pensar

Queimamos mulheres em fogueiras

Torturamos crianças e animais

Escravizamos uma etnia, uma cor, um povo, tribos inteiras

Dizimamos outros povos por julgarmos raça superior

Enchemos vagões com pessoas sujas, famintas e sem um pingo de esperança para a morte

Criamos guerras para justificar inveja e sede de poder e dinheiro

Fuzilamos, mutilamos, explodimos inocentes que nem puderam se defender ou que apenas tentavam 

Arrasamos cidades inteiras sendo somente um "pequeno garoto"

Oferecemos liberdade para nossos escravos lutarem nossas guerras

Enganamos e fizemos deles farrapos

Em nome da boa e velha paz fomos pacificadores

Pacificamos países matando mais da metade da sua população

E deixando nossos soldados pra cuidar dos escombros e gradativamente tornarem-se mercenários

A justiça não deu certo

Ela tarda, falha e obedece

É mero instrumento de discursos para mais guerras e violência

A polícia falhou

E mata mais do que protege

Servir e proteger apenas interesses de poucos

Somos essa praga espalhada pelo planeta

Colonizamos, catequizamos, matamos, destruímos, extinguimos, alienamos, escravizamos e matamos e matamos e matamos

Em nome do bem, da paz, família, moral e toda essa farsa que não convence mais

Alguns poucos se revoltam e violentamente morrem e matam

Somos todos contra todos e contra tudo

Falhamos e continuaremos assim até perecermos por fim

E que o universo não tenha misericórdia de nós