ÁGUAS DA INFÂNCIA
Lá ao pé da serra
Repousa tranquilo
Suas águas não
são mais como antes
Em silêncio
choram as mágoas
Poluídas
Já não há mais brisa nem remanso
Nem seus cílios fecham mais
Pois se perdeu a velha cachoeira
Que descia a cordilheira
E agora descoberta sua música se desfaz
Quando não há mais a ribanceira.
Sua velha corredeira assoriada é apenas uma lembrança dos tempos lá de trás.
Suas veias
não mais fluem encantadas
E o seu corpo já sem vida
Não convida ao frescor
Porque não é mais o espelho transparente refletindo de manhã o sol nascente
E já também não incidem os raios do poente
Já que agora o seu sangue muda a cor.
Remoto companheiro da infância
Sobre ti a
esperança de um corpo flutuava
E da límpida fluidez só a ânsia
Do seu sangue
que era transparente
Visto pois agora traz apenas a lembrança envolvente
E só as lágrimas são mágoas das águas que um dia em ti passou!
- Autor: Carlos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 26 de janeiro de 2023 15:10
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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