O que a morosidade permite,
nem sempre se leva a sério,
se, por um lado, desiste,
logo vem o vitupério.
E no acinte da preguiça,
há extensão de desleixo,
que leva a um gestual que atiça,
e a uma saliência sem eixo.
E a insegurança vence,
pintada como uma moleza banal,
que alimenta um apetite em suspense,
de formato estuoso e animal.
Só que o retiro pra repousar,
não é um alimento com ranço,
é a saciedade do encontrar,
o momento oportuno do descanso.
O que alimenta a mente,
não é o sexualizar do apetite,
é um sustento bem diferente,
de respeito, liberdade e limite.
E se o fascínio prospera,
a criatividade fomenta o ócio,
não deixando qualquer quimera,
para um acalorar maculado e indócil.
Não se trata de um trocadilho pejorativo,
é apenas um ato de separar e acentuar,
para que o poema seja qualitativo,
que a nobreza da cultura faz semear.
E quando se separa o primeiro o do ócio,
e também tira o acento do ó,
o cio passa, então, a ser sócio,
de uma inspiração poética, por si só.
E no conjugar de tudo isso,
não é bom ficar no ócio, cioso,
pois, se perder a ledice e o viço,
passa a viver impudico e tedioso.
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 20 de janeiro de 2023 07:57
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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