O que expresso não tem preço,
nem se conjuga com destino,
diante de tanto desatino,
e da mordaça que se impõe.
O veneno escoa na veia,
dispara um respingar sujo,
vai armando uma teia,
que maltrata e dá rabujo.
O que expresso não está terso,
diante da costura de uma história,
fluindo um vago na memória,
pelo aprisionar que se compõe.
A acidez solapa o riso,
diluindo num chorar melancólico,
forçando num tom narciso,
o explorar mais diabólico.
O que expresso não tem adereço,
nem desculpas pelo revés,
que tira dos dedos os anéis,
pelo forçar que se depõe.
A régua perde a medida,
pelo escalar da franca ameaça,
fervilhando em tantas feridas,
execrando o poder da graça.
O que expresso não tem avesso,
nem limites para discórdia,
fustigando uma mixórdia,
pela confusão que se propõe.
A tibieza avassala a opinião,
arremessa ao chão sem piedade,
fazendo do artifício da negação,
o esconderijo da obducta crueldade.
O que expresso não tem endereço,
tem somente um insidiar silencioso!
É, quem assim expressa,
nunca se sentirá odioso!
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 18 de janeiro de 2023 09:35
- Comentário do autor sobre o poema: Aos apressados: é importante ler a poesia até o fim. ........."Quem apressa, às vezes, acaba se expressando demais e mal."
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
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