Tudo culpa nossa.
Eu achava que o único lugar onde não havia inveja, desprezo e ódio
Era o cemitério.
Até o dia em que conheci a morte.
Percebi que nem mortos, as pessoas parariam de ser ruins.
Pensei que seus orgulhos e egos obesos seriam também enterrados com seus corpos.
Mas isso não aconteceu.
De noite, todos eles cochichavam sobre cada um que visitava aquele lugar.
Alguns riam das lamentações e choros de uma pessoa que, ajoelhada pedia para o morto voltar ao mundo, pois sua falta era grande e a saudade gigante.
Alguns,
Surpreendentemente,
reclamavam da vida
QUE NEM TINHAM MAIS!
Reclamavam que suas mortes foram idiotas, sem sentido, rápida de mais ou demorada de mais.
Mortos invejavam outros mortos por terem muitas flores nos seus túmulos.
A tristeza e o medo
De não serem lembrados
Assombrava eles,
Era grande de mais.
Ou melhor,
Foi
Grande de mais.
E agora, que ninguém se lembra,
Contemplam a pior
E última fase da morte.
A consciência
Da sua inútil existência
Que foi um dia.
Nesse mundo de se rir tão atoa.
Mas poderiam ser lembrados
Se caso fossem pessoas boas.
- Autor: Ana L. (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de janeiro de 2023 22:38
- Comentário do autor sobre o poema: oi gente, voltei! rsrsrs
- Categoria: Não classificado
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Comentários1
Amei, dona morte
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