Era noite não lembro a data
Luar prateado no seu cabelo
Dourava os fios cheio de zelo
Ao sentar-se naquela escada
Feliz sorridente enamorada
Menina linda flor em botão
Pulsava forte em seu coração
A paixão pela pessoa amada
A noite tinha os tons de luar
Raios de luz de cor de prata
Há um momento de serenata
De dois amores um só canto
Que mesclava certo encanto
De sonhos felizes no futuro
Aflorava a paixão no escuro
Num beijo de doce acalanto
Ali um romance dava início
Tal qual a cimeira em flores
Mas o ensombrecer do amor
Foi alado do fugidio destino
Há um desconstruir do tino
Depois daquele gostoso beijo
Só ficou na escada um desejo
E sumiu a menina do menino
Sonho de amor internalizado
Virou insônia pela madrugada
Ele partiu deixando sua amada
Árvore sem água seca o broto
Amor desolado divide nosotros
Ela imergiu a força da hercúlea
A chama do amor virou fagulha
Fatigante retina distante garoto
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 7 de janeiro de 2023 01:03
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Destino Fugidio” após ler uma fábula de amor e aventura, de Amós Oz (Ed. Cia das Letras), é uma ficção dirigida ao público infantojuvenil. No entanto, como toda narrativa literária transcende a classificação de faixas etárias, o nosso poema pode ser lido tanto por jovens quanto por adultos. A subjetividade de um texto poético, sinaliza indelével uma literatura que está no fato de gravar em nossa mente, personagens de força expressiva capaz de saltar da ficção para a realidade. Amós Oz extraiu uma narrativa de humanismo, que perpassou de reflexões existenciais, surpresas, suspense e sugestões poéticas. Diante desse espírito de aventura, nossa poesia conta de maneira extrovertida e apaixonada, a história de uma bela menina, que amava um menino, mas a idade e a distância separaram os dois. Ele foi viver em outro Estado, “foi alado do fugidio destino”, conforme o 4° verso de 3ª. estrofe. Restou uma paixão, que pelas manhãs mastigava um desjejum, como um mantra pensando nela e no amor que floresce da maneira mais improvável. Parece aquele personagem do célebre poema de Carlos Drummond de Andrade que escreve o nome da amada com letras de macarrão: “mas eu não estava brincando com água, só enchia a pia e escrevia o nome dela na superfície das ondas”. Boa leitura da Poesia “Destino Fugidio” a todos.
- Categoria: Amor
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Comentários1
O teu poema é um deleite. Paixão desfeita pela incompatibilidade sempre deixa profundas cicatrizes. Tua explicação sobre o poema é ainda mais profunda e e tem um tom professoral de quem entende o que diz ,fala e escreve. Aplausos de pé!
Olá Maria Dorta! Você é uma poetisa de uma sensibilidade encantadora, que tece seus comentários com emoção e subjetividade. Tese demonstrada em seu poema \"Amor Quimeras\", que resume sua paixão nos versos finais: \"Pois, faça o que fizeres, fiel a ti meu amor se mantém!\". Obrigado pelas palavras dirigidas a mim, você que é incrível. Forte abraço.
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