NOTURNO POEMA

eduardo cabette

Silêncio, tudo é silêncio na noite...

O apito estridente do guarda noturno,

e mais silêncio.

O latido do cão...silêncio.

Janelas, portas, portões,

Trancados.

Olhos cerrados

de corpos cansados.

E velhas assombrações,

cada qual e sua estória,

caminham pelas ruas escuras.

É verdade que a noite é solitária,

para os solitários.

No bilhar, o vício

tira o sono dos homens,

e o dinheiro também.

Mentes criminosas

maquinam engenhosos planos,

Na noite.

Os que vivem da noite

perambulam soturnamente

pelas avenidas, pelos bares...

São traficantes, prostitutas, gigolôs...

Por entre os “letreiros pisca-pisca”

vagueiam sonhos de brilho, perdidos na sombria

Realidade.

Uns olhos assustados

espiam a noite de trás da vidraça do prédio.

A noite é fria, solitária, para mim.

O café quente esfriando sobre a mesa

é irmão de cor da noite.

O vagabundo enrolado em jornais,

tremendo de frio,

é meu irmão de solidão.

O café frio, não me serve,

não me serve, a noite,

a vida me servirá? Até quando?

É verdade, a noite é solitária,

e nos faz pensar demais!

  • Autor: eduardo cabette (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de dezembro de 2022 15:47
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10


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