Silêncio, tudo é silêncio na noite...
O apito estridente do guarda noturno,
e mais silêncio.
O latido do cão...silêncio.
Janelas, portas, portões,
Trancados.
Olhos cerrados
de corpos cansados.
E velhas assombrações,
cada qual e sua estória,
caminham pelas ruas escuras.
É verdade que a noite é solitária,
para os solitários.
No bilhar, o vício
tira o sono dos homens,
e o dinheiro também.
Mentes criminosas
maquinam engenhosos planos,
Na noite.
Os que vivem da noite
perambulam soturnamente
pelas avenidas, pelos bares...
São traficantes, prostitutas, gigolôs...
Por entre os “letreiros pisca-pisca”
vagueiam sonhos de brilho, perdidos na sombria
Realidade.
Uns olhos assustados
espiam a noite de trás da vidraça do prédio.
A noite é fria, solitária, para mim.
O café quente esfriando sobre a mesa
é irmão de cor da noite.
O vagabundo enrolado em jornais,
tremendo de frio,
é meu irmão de solidão.
O café frio, não me serve,
não me serve, a noite,
a vida me servirá? Até quando?
É verdade, a noite é solitária,
e nos faz pensar demais!