De que valem tantas pedras,
presas aos ombros,
com amarras de cordas
de vime e crespadas de vidro?
De que vale meu início
se ele não tem data,
nome ou paisagem?
De que me vale vagar
em moinhos de trigo,
que faz o caminho e o mundo,
que faz a trilha, que é sempre
o contrário dos espelhos.
Se me vergo à estação do medo,
é que dorme em mim os que foram
e os que serão.
Bravo, rejubilo que, em meu caos,
canta a trova do medo,
cria o corpo e o faz duende
ao próximo e ao mais próximo.
Vive do nada, que não tem data,
aos reis sem nome,
ao cultivo do sal na
ópera dos alados.
Se um dia foi assim,
perco em mim o
gesto e a postura.
Por comodidade,
é róseo e vasto este mundo,
é cruel se me deixar
viver mais uma vida
sem ser mais ser
de meu próximo mundo !
Quero voltar a ser
plena criança,
mas
já não quero mais crescer !
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 26 de dezembro de 2022 07:20
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
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