Outro dia

Vênus

Decidi morrer.

Nada deu certo, 

Viver dói. 

Aprontei minha bolsa e segui

Pela estrada cuja placa dizia "saída de emergência".

Na metade do caminho, 

Pude vê-la parada na esquina.

Cabelos soltos, aos ventos.

Vestido preto e longo. 

Tão bela, como uma dama. 

Sedutora e misteriosa.

Com uma foice na mão enfeitada com pedras brilhantes e coloridas.

Aquela era a Morte? 

Parecia me esperar, 

Me observava com um sorriso frio nos lábios.

Chegando a certa altura da rua, olhei pra trás

Imaginando não haver ninguém, me surpreendi.

O que vi, guardo pra mim. 

Pois cada pessoa nessa situação, vê algo diferente.

Rapidamente, dei meia volta e segui o caminho contrário.

Estava voltando pra estrada da vida.

"Ei, espere!" Gritou a dona Morte da esquina,

"E quanto a mim? Não virá me ver?" 

Sem parar de andar, respondi "Sim, irei. Outro dia." 

 

  • Autor: Venus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de dezembro de 2022 23:26
  • Comentário do autor sobre o poema: As vezes, a gente acaba desistindo sem perceber o quão amados somos. A vida é dolorosa, mas também é bela. O caminho é cheio de pedras, mas os tropeços são aprendizados importantes. Tudo o que a gente precisa é olhar pra quem nos quer, pra quem nos ama, ignorar a quem diz ou faz coisas que nos magoam, quem só tá na nossa vida pra arrumar confusão. Essas pessoas são infelizes e egoístas, só estão no nosso caminho pra atrapalhar. A morte não é mais uma opção, mas de fato, um dia me encontrarei com ela. Um outro dia.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 12


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