amor fati

chino

Nunca mais hei de me apaixonar

espero nunca dizer que,
mesmo que tenha vivido nada mais que uma paixão não correspondida,
irei ceder a paixão novamente;

vou pôr em prática o amor fati,
e;

ao não me sentir vivo novamente
buscarei nas entrelinhas dos saberes passados
por não conseguir depreender o presente aprendizado vivido
ao temer sofrimento o futuro

hei de buscar a presença de mim mesmo
na plenitude da minha solidão

ao compreender o meu real anseio
no meu desejo de questionar o meu próprio amparo

percebo o real motivo de solitude divergir de solidão

ao isolar-me de tudo
e
prender-me ao constante aprender, abraçar a doutrina clássica poética,
vou ater-me e,
ao compreender o porquê dos maiores poetas serem sós

hei de acorrentar-me em mim mesmo
nos profundos arrependimentos e erros
vou buscar aprendizado,
eu, somente eu
optarei pelo meio intrínseco, buscando em mim o que não aprendi,

ao perceber que nada hei de aprender no alheio à minha pessoa
entenderei que o próximo é estritamente semelhante a mim,

ao buscar estudar a psique humana,
embriago-me de saberes
na minha solidão ávida,

sempre só

buscando amadurecimento constante
eu,
percebo que,

o maior ato de amor é amar-se
já que
não há como almejar amor extrínseco sem que haja o intrínseco

será que de fato me amo? Pois,

ao evitar a paixão de outrem
afasto-me de mim mesmo
e
evito apaixonar-me



  • Autor: chino (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de novembro de 2022 17:07
  • Comentário do autor sobre o poema: inspirado em uma das maiores poetas que existiu, além de, claro, no mais puro empirismo
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 50
  • Usuários favoritos deste poema: chino


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.