Nunca mais hei de me apaixonar
espero nunca dizer que,
mesmo que tenha vivido nada mais que uma paixão não correspondida,
irei ceder a paixão novamente;
vou pôr em prática o amor fati,
e;
ao não me sentir vivo novamente
buscarei nas entrelinhas dos saberes passados
por não conseguir depreender o presente aprendizado vivido
ao temer sofrimento o futuro
hei de buscar a presença de mim mesmo
na plenitude da minha solidão
ao compreender o meu real anseio
no meu desejo de questionar o meu próprio amparo
percebo o real motivo de solitude divergir de solidão
ao isolar-me de tudo
e
prender-me ao constante aprender, abraçar a doutrina clássica poética,
vou ater-me e,
ao compreender o porquê dos maiores poetas serem sós
hei de acorrentar-me em mim mesmo
nos profundos arrependimentos e erros
vou buscar aprendizado,
eu, somente eu
optarei pelo meio intrínseco, buscando em mim o que não aprendi,
ao perceber que nada hei de aprender no alheio à minha pessoa
entenderei que o próximo é estritamente semelhante a mim,
ao buscar estudar a psique humana,
embriago-me de saberes
na minha solidão ávida,
sempre só
buscando amadurecimento constante
eu,
percebo que,
o maior ato de amor é amar-se
já que
não há como almejar amor extrínseco sem que haja o intrínseco
será que de fato me amo? Pois,
ao evitar a paixão de outrem
afasto-me de mim mesmo
e
evito apaixonar-me