Hoje tá chovendo na rua e trovejando aqui dentro. A chuva molha a calçada e o trovão costura rachaduras no meu peito. Isto é, se sobrou algum centímetro quadrado intacto desde a última tempestade. O que estou dizendo? Sempre há mais peito para ser rasgado e costurado. Toda manhã eu pego a linha que se desenrola do meu cérebro depois de todo o alvoroço. A encaixo no ducto de minhas veias, onde elas seguem o trabalho de me criar cicatrizes, ou se eu for mais otimista, criar mais pele para outro temporal.
- Autor: Lisa Fitz (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de novembro de 2022 21:09
- Comentário do autor sobre o poema: De um dia escuro.
- Categoria: Triste
- Visualizações: 19
Comentários3
Muitoo bomm...
Gostei muito mesmo!
Bravo!
Agradeço muito pelo comentário! 🙂
Perfeito. É uma excelente solução para um problema que se repete.
Bom dia e até breve!
Muito obrigada, Leide!! Um feliz natal, até 😀
Gostei!
Agradeço, Jorge!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.