Fiz um poema
Dos mais singelos,
Desses para se guardar nos segredos de um verso...
Com rimas despretensiosas
E também sem intervenções laboriosas,
Não há nele dedicatórias
Nem tampouco, retilínia, uma trajetória.
Fiz um poema
Para que vos lembreis
Da verdade pura e sublime
Que se oculta
No menear dos lábios
Ao desferirem um sincero sorriso.
Fiz um poema que não deixasse marcas
Que fosse abandonado,
Dentro de um livro, ao canto da mesa, empoeirada e esquecida.
Fiz um poema para não ser recordado
E que por toda a gente fosse renegado;
Como se abjuram as meretrizes e os leprosos.
Fiz um poema repugnante, ordinário e vil,
Que se desfaz com a suavidade
De uma manhã que subitamente partiu.
- Autor: Gustavo Cunha ( Offline)
- Publicado: 24 de novembro de 2022 00:41
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários2
Fiz um poema que não deixasse marcas
Que fosse abandonado,
Dentro de um livro, ao canto da mesa, empoeirada e esquecida.
Simplesmente, lindo.
Bom dia e até breve, poeta Gustavo Cunha!
Muito obrigado, Leide. Tenha um ótimo dia! Até breve...
Alapucha tchê... Gostei barbaridade. Parabéns. Belo registro, poeta. Baita abraço.
Grato! Abraço!
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