Arlindo Nogueira

MAR DO AMOR

Ao fitar as águas daquele mar

Via-se pássaros fazendo ronda

Em voos rasantes num deslizar

Qual surf clássico pelas ondas

Há monções para o continente

Que faz tiritar o espelho d’água

Contexto poético vida distante

Fugidio amante de sua mágoa

 

Linda gaivota que passa voando

Cantando feliz o mundo das aves

Vejo nas águas ela mergulhando

Pelo remanso da âncora da nave

O mar é imenso dum azul infinito

E fatiga o olhar num furtar de cor

Ao tecer a onda num lânguido fito

Retina embebida no mar do amor

 

Ando nos corais meu porto seguro

Onde a vida palpita tipos de calma

Do lado de lá tudo é muito escuro

A luz é preciso no acalento da alma

Vejo o bailar, cintilar dos golfinhos

Vão saltitando ondas na imensidão

Grandes cardumes fazem caminhos

Enquanto eu sozinho curto a solidão

 

Lagrimas discretas lavinas no rosto

Imergir de desgosto dum desencanto

Segredado pranto salobro no gosto

O mar do amor é bravio em garanto

Eu me sito pirata em barco remador

Nas dunas sem flor andando na areia

Na beira do mar eu procuro um amor

Que haja o encanto do canto da sereia

 

  • Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de Novembro de 2022 15:32
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Mar do Amor”, refletindo o amor como um grande mar, onde coisas incomuns acontecem. Pois, nós navegamos e desfrutamos desse oceano de sentimentos, tal qual os pássaros nas águas salgadas do mar. Onde desejam sanar suas necessidades de alimentação e reprodução, perpassando por esses mananciais que escondem segredos diversos. Como é dito nos seguintes versos do nosso poema: “Linda gaivota que passa voando”, levada pelos ventos (monções ou brisa), vai “cantando feliz o mundo das aves” a qual “vejo nas águas ela mergulhando”. Esses versos, que estão na 2ª. estrofe, eles sintetizam nossa vida sentimental, que procura diariamente nos vendavais e ondas do “mar do amor”, suprir suas necessidades de relacionamento e de amor. Por que os ventos e as tempestades fazem e farão parte da vida do ser humano, inclusive dos que caminham e confiam em Deus. Enfim, estamos no mundo e somos sujeitos as intempéries dele. Para suprir isso, devemos acreditar que há alguém muito especial que está conosco, que se chama Deus. Que por vezes é esquecido... adormecido lá no fundo, na popa do barco, quietinho. Mas Ele está ali! Esse mistério é emergido por parábolas contada, nos versos 3° e 4°, da última estrofe, que dizem: “Segredado pranto salobro no gosto”, “O mar do amor é bravio em garanto”. São reflexões, que mostra que estamos susceptíveis a vendavais e maremotos em nossa caminhada. E que somente Deus pode nos ajudar, porque o mar é gigante, mas o poder dele é bem maior. Há uma passagem bíblica em Marcos 4. 34 a 41: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? A resposta é: Deus! É com Ele que navegamos! Boa leitura da nossa poesia “Mar de Amor”.
  • Categoria: Amor
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