Ao fitar as águas daquele mar
Via-se pássaros fazendo ronda
Em voos rasantes num deslizar
Qual surf clássico pelas ondas
Há monções para o continente
Que faz tiritar o espelho d’água
Contexto poético vida distante
Fugidio amante de sua mágoa
Linda gaivota que passa voando
Cantando feliz o mundo das aves
Vejo nas águas ela mergulhando
Pelo remanso da âncora da nave
O mar é imenso dum azul infinito
E fatiga o olhar num furtar de cor
Ao tecer a onda num lânguido fito
Retina embebida no mar do amor
Ando nos corais meu porto seguro
Onde a vida palpita tipos de calma
Do lado de lá tudo é muito escuro
A luz é preciso no acalento da alma
Vejo o bailar, cintilar dos golfinhos
Vão saltitando ondas na imensidão
Grandes cardumes fazem caminhos
Enquanto eu sozinho curto a solidão
Lagrimas discretas lavinas no rosto
Imergir de desgosto dum desencanto
Segredado pranto salobro no gosto
O mar do amor é bravio em garanto
Eu me sito pirata em barco remador
Nas dunas sem flor andando na areia
Na beira do mar eu procuro um amor
Que haja o encanto do canto da sereia