28

Vancourt

roeu nas mãos

a luta

garra por garra

 

a solidão anda acompanhada

de seus destroços

afiados sobraram os dentes

cheios de guerra

 

é um múltiplo de nada

zero absoluto

o timbre do silêncio

mastigado

 

fona a tessitura

exata

onde uma língua devorou

da outra

o grito de cada palavra

 

eu não sei o abraço

o quieto dos ossos

tudo range em mim

sou portas de nada

  • Autor: Vancourt (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de outubro de 2022 10:57
  • Comentário do autor sobre o poema: escrevi ele há algum tempo, é parte de um conjunto de poemas que respondem a um mesmo subtítulo (circuito sintático), o qual pertence a sessão "Língua periférica". Isso é, isso se esse livro algum dia sair da gaveta.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 9


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.