Mitológica

Helio Valim

 

Sua boca sensual

comprimia-se num murmúrio

extremamente carnal,

que pouco a pouco excitava

a imaginação daqueles

para quem ela cantava.

 

Seu canto de sereia,

dama dos mares,

fundia-se aos sons do oceano,

que na branca areia

quebrava suave.

 

Então, silenciosamente, em súplicas,

guarda o ardente fulgor.

Mas, por Ulisses não é ouvida!

Fazendo-a esquecer a beleza da vida.

E, sem vida,

sentir a tristeza da sua solidão.

 

Deixando de lado o seu véu,

o céu de estrelas,

e deslizando, mansamente,

sobre as plácidas águas do luar,

perde-se no horizonte,

fundindo-se,

confundindo-se com o firmamento...

  • Autor: Helio Valim (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de junho de 2020 17:46
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagem poética criada por um jovem poeta, com 20 anos de idade, no longínquo ano de 1979. (*) Desculpem-me a liberdade poética “ao tocar”, levemente, na obra “Odisseia” de Homero, quando narra a aventura de Odisseu (ou Ulisses no mito romano) com as sereias na sua volta para casa. Para evitar ser atraído pelos cantos das sereias, Odisseu tapa os ouvidos com cera.
  • Categoria: Fantástico
  • Visualizações: 21
Comentários +

Comentários3

  • Hébron

    Poema que nos envolve em sua narrativa.
    Excelente!
    Abraço

    • Helio Valim

      Obrigado meu amigo! Resgate de um poema escrito há muito tempo...Um grande abraço!

    • Estrela Azul

      Adorei!

      • Helio Valim

        Obrigado! A juventude, à época, contribuiu para dar intensão e sonoridade ao poema! Um abraço.

      • Chico Lino

        Gosto muito da década de 70... tempo de muitos arroubos... Segundo Lauro de Oliveira Lima, depois que passamos por uma Universidade, nossa criatividade diminui, o que é questionável... Belo vislumbre... forte abraço...

        • Helio Valim

          Obrigado meu amigo. Creio que, talvez, sejamos contemporâneos. Percebo pelo seu entendimento, que vivenciou bem a década. Concordo que foi um período bem intenso. No meu entender a criatividade não diminui, apenas é carreada pela experiência e vivência. Um grande abraço.



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