POESIA SUADA OU DEFINIÇÕES
Não sou
um poeta metido
Sou um poeta
Do tempo que capenga
E não ouso a poesia
para cantar paixões.
Sou um poeta suado
As paixões por si só cantam a sua poesia
Antes que qualquer poema tenha cantado.
Eu canto a vida trôpega
E rasgo a roupa
Como o tempo rasga
a roupa do mendigo.
Sou a denúncia
De uma boca sôfrega
Que diante do cálice
que amarga
Implora Dele seu afastamento
E este vinho
a minha boca não afaga
Nem a paixão
nem o seu deslumbramento.
Eu não sou o poeta
das horas vagas
Nem ouso
Sobrevoar nas nuvens
do amor
Sou o poeta do mundo desnudo e descalço
Da fome
Da vida
E da morte
Visto que enquanto
os enlevados
cantam o amor
Os malvados, de outros, já lhe tiraram o norte.
Pois sim,
Sou o poeta
Que caminha nas pedras
Pedras obras dos desalmados
E do nefasto vinho
que na taça fora transbordado.
Não flutuo na lírica estrofe do amor
Ando com os
pés no chão.
E assim eu sinto
Eu vejo
Que tudo pode
ser maior que um beijo
E que uma ode de amor
É apenas um lampejo
E poesia mesmo é o suor que escorre pelo rosto
e o cansaço que está no coração e que agora foi deposto!
- Autor: Carlos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de setembro de 2022 00:01
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários1
Verdade poeta. A poesia pode ser o suor do rosto dos que trabalham,como tbem pode ser cantar a magia da inocência da criança ao ninar sua boneca, ou até celebrar um amor ou chorar um desamor...bom mesmo é saber que,na poesia,há sempre espaço para o real,bem como para o surreal ou para cantar um amor transbordante...
Parabéns pelo poema. Aplausos!
Querida Dorta, como você ler os meus poemas, obrigado por sempre me incentivar. Logo estarei lançando uma obra pela EDITORA VISEU com o título: Com Calos Mas Sem Abalos. Muchas graças!
Sim,leio os teus poemas e acho neles qualidade poética. Depois avise onde se compra seu novo livro.
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