Antonio Luiz

Dançar de azul-celeste

o nó da vida está sempre afrouxando

e em cada instante caímos um pouco

tal qual ponteiro entre o doze e o seis

mais dia, menos dia, a gente ‘dança’

em ritmo imposto, como folha tirada

como asa desprendida dalgum inseto

despencados, inanimados e sicativos

então optei por requebrar na queda

não questionei todo efeito do balanço

não sei se o tombo será mais rápido

 e que se dane a física da aceleração!

pelo menos, será bem mais divertido

dançar como a natureza viva dança

procurar nos ritmos o envolvimento

dançar de azul-celeste, como tangará

em seus sutis passos de acasalamento

sem precisar de plateias ou aplausos

dançar alheio à dimensão das pistas

bailar ainda que males me espreitem

se algum deles secar-me em demasia

então dançarei leve tal qual criança

ou se porventura eu engordar muito

então dançarei balançando a pança

não desejo parar por ora, por nada

que assim seja, até que enfim ‘dance’

e depois rodopie em toda lembrança

e oxalá deixe um passo por herança

  • Autor: Antonio Luiz (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de Setembro de 2022 12:40
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 23
  • Usuário favorito deste poema: Shmuel.

Comentários2

  • Shmuel

    Dançou com exímia elegância neste texto, poeta!

    Abraços!

    • Antonio Luiz

      Muito obrigado, caro poeta Shmuel! Abraços!

    • LEIDE FREITAS

      então dançarei leve tal qual criança
      ou se porventura eu engordar muito
      então dançarei balançando a pança...kkkk
      Adorei. Seu poema é um encanto!

      Bom dia e até breve, poeta Antonio Luiz!

      • Antonio Luiz

        Bom dia, estimada poetisa Leide!
        Que bom que a agradei novamente!
        Até breve!



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