o nó da vida está sempre afrouxando
e em cada instante caímos um pouco
tal qual ponteiro entre o doze e o seis
mais dia, menos dia, a gente ‘dança’
em ritmo imposto, como folha tirada
como asa desprendida dalgum inseto
despencados, inanimados e sicativos
então optei por requebrar na queda
não questionei todo efeito do balanço
não sei se o tombo será mais rápido
e que se dane a física da aceleração!
pelo menos, será bem mais divertido
dançar como a natureza viva dança
procurar nos ritmos o envolvimento
dançar de azul-celeste, como tangará
em seus sutis passos de acasalamento
sem precisar de plateias ou aplausos
dançar alheio à dimensão das pistas
bailar ainda que males me espreitem
se algum deles secar-me em demasia
então dançarei leve tal qual criança
ou se porventura eu engordar muito
então dançarei balançando a pança
não desejo parar por ora, por nada
que assim seja, até que enfim ‘dance’
e depois rodopie em toda lembrança
e oxalá deixe um passo por herança
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 15 de setembro de 2022 12:40
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 23
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel
Comentários2
Dançou com exímia elegância neste texto, poeta!
Abraços!
Muito obrigado, caro poeta Shmuel! Abraços!
então dançarei leve tal qual criança
ou se porventura eu engordar muito
então dançarei balançando a pança...kkkk
Adorei. Seu poema é um encanto!
Bom dia e até breve, poeta Antonio Luiz!
Bom dia, estimada poetisa Leide!
Que bom que a agradei novamente!
Até breve!
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